Ouro Preto: curiosidades sobre a cidade colonial em Minas Gerais
Situada na Serra do Espinhaço, em Minas Gerais, Ouro Preto é reduto de construções históricas, ruas calcetadas, casarões antigos, minas de ouro, entre outros atrativos turísticos. A cidade colonial foi palco de movimentos importantes da história do país, como a Inconfidência Mineira. O município, localizado a cerca de 100 km de Belo Horizonte, capital do estado, oferece aos turistas uma verdadeira viagem no tempo, à época do Brasil Colônia. Neste período histórico, principalmente entre os séculos XVII e XVIII, a região desenvolveu-se bastante com a busca pelo ouro. Foi a capital da capitania de Minas Gerais e chegou a ser uma das cidades mais populosas do mundo à época, com o dobro de habitantes do que tinha Nova York.
Neste 8 de julho, celebramos o aniversário de Ouro Preto (MG), que completa 311 anos de fundação. Foi nesse mesmo dia, em 1711, que a localidade transformou-se em Vila Rica, após a junção de vários arraiais. E apenas em 1823 ganhou status de cidade e recebeu a nomeação atual.
Para homenagear o destino, o Conexão123 separou curiosidades sobre Ouro Preto.
Você vai ler sobre
- Você sabe a origem do nome Ouro Preto?
- Ouro Preto é reconhecida mundialmente pelas construções históricas
- Ouro Preto acolhe edificações inspiradas na arte barroca
- Ouro Preto: berço das obras de Aleijadinho
- Ouro Preto: a cidade dos chafarizes
Você sabe a origem do nome Ouro Preto?
Foi em 1823, após a Independência do Brasil, que Vila Rica, nome dado a Ouro Preto naquele período, ganhou o título de Imperial Cidade e recebeu a nomenclatura atual. O status foi conferido para o município por Dom Pedro I.
Mas, afinal, você sabe o motivo da denominação do território?
O nome Ouro Preto passou a ser usado a partir de 20 de maio de 1823. A origem vem do ouro encontrado no território, que era recoberto por uma camada de óxido de ferro, dando a tonalidade escura.
Ouro Preto é reconhecida mundialmente pelas construções históricas
As construções históricas de Ouro Preto (MG) foram inspiradas na arte barroca, peculiaridade territorial que falaremos mais pra frente. Fique aqui para conferir mais detalhes.
A Capela de Nossa Senhora da Piedade, considerada um dos templos mais antigos da cidade, foi construída em 1720.
O edifício do Museu da Inconfidência, erguido entre 1785 e 1855, abrigava originalmente a Casa de Câmara e Cadeia, e é mais um ponto turístico que revive a história local.
A cidade é o maior conjunto homogêneo de arquitetura barroca do Brasil. Isso, com os monumentos locais, gerou uma importância cultural que fez com que o município recebesse reconhecimento nacional e internacional.
Em 1933, o destino foi declarado como Monumento Nacional e, em 1938, foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) pelo conjunto arquitetônico e urbanístico.
O ápice do reconhecimento foi tornar-se Patrimônio Cultural da Humanidade, título fornecido pela Unesco, em 1980. Inclusive, Ouro Preto foi o primeiro bem cultural brasileiro inscrito na lista de Patrimônio Mundial.
Além disso, alguns atrativos turísticos da cidade mineira receberam triunfos individuais, como a Igreja da Ordem Terceira de São Francisco da Penitência, considerada uma das 7 Maravilhas de Origem Portuguesa no Mundo, em 2009.
A Igreja da Ordem Terceira de São Francisco da Penitência é considerada uma das 7 Maravilhas de Origem Portuguesa no Mundo
Ouro Preto acolhe edificações inspiradas na arte barroca
Entre os séculos XVIII e XIX, o estilo Barroco desenvolveu-se de maneira peculiar em Minas Gerais.
Com características próprias, o movimento artístico e arquitetônico recebeu influências do barroco europeu, que surgiu no final do século XVI, e do barroco que predominava também em outras partes do Brasil, como Salvador e Rio de Janeiro.
A personalidade da arte barroca mineira marcou a história da arquitetura, da pintura e da escultura, em nível nacional e internacional.
Aliás, as maiores expressões do barroco mineiro foram Mestre Ataíde e Aleijadinho. Este último, abordaremos mais detalhadamente no próximo tópico.
Em Minas Gerais, o estilo ganhou particularidades, porém não deixou de lado sua principal referência, temas religiosos.
Na cidade de Ouro Preto, assim como em outras partes do estado, pinturas e esculturas com temáticas cristãs, ornamentos em materiais nobres, imagens revestidas em películas de ouro e santos em relevo constituem algumas das peculiaridades do barroco mineiro.
Veja três curiosidades sobre a tendência do estilo nos séculos XVIII e XIX:
- Pintura: representada nas igrejas e capelas, principalmente na parte interna. Buscava uma perspectiva ilusionista, com uma continuidade real da arquitetura do templo
- Escultura: o isolamento do litoral brasileiro dificultou a importação de peças portuguesas. Por isso, os artistas usavam materiais da própria região, como cedro e pedra-sabão
- Arquitetura: a formação montanhosa permitiu ao barroco mineiro uma construção atraente e linda. Na parte mais alta da cidade, foram edificados os templos religiosos mais importantes, que contrastavam com a beleza natural do lugar
A cidade de Ouro Preto faz o turista vivenciar de perto os aspectos históricos locais
Ouro Preto: berço das obras de Aleijadinho
As edificações do período colonial mantêm-se preservadas em Ouro Preto. O turista consegue encontrá-las nos palácios, igrejas, fontes, pontes e boa parte das casas de comércio e residências construídas, essencialmente, ao longo dos séculos XVIII e XIX.
Um dos grandes destaques das produções do barroco mineiro foi Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, apelido que ganhou devido a diversas deformidades causadas em seu corpo por uma doença degenerativa. Pertencente à primeira geração de artistas do estilo no estado, Aleijadinho foi responsável por verdadeiras obras-primas ouro-pretanas.
O escultor nasceu na antiga Vila Rica, atual Ouro Preto, entre 1730 e 1738, não há confirmação quanto ao ano oficial. Já o óbito do artista ocorreu em 1814. Ele era filho do português Manuel Francisco Lisboa e da africana Isabel. Em suas obras, predominam o Barroco e também características do Rococó.
Dentre as obras de Aleijadinho em Ouro Preto, algumas se destacam:
- Púlpitos da Igreja São Francisco
- Altar da Igreja de Nossa Senhora das Mercês
- 4 anjos da Igreja de Nossa Senhora do Pilar
A importância do escultor é tão grande para a cidade mineira, que existe o Museu Aleijadinho e a “Semana do Aleijadinho”, com eventos, encenações, exposições, entre outras atividades, que ocorrem, geralmente, na segunda semana de novembro.
Já o espaço cultural em referência ao artista integra um circuito que abrange três igrejas históricas: Santuário de Nossa Senhora da Conceição do Antônio Dias, Igreja de Nossa Senhora das Mercês e Perdões e Igreja de São Francisco de Assis.
Veja ainda outros museus que valem a visita!
A Igreja Nossa Senhora das Mercês compõe o circuito do Museu Aleijadinho, em Ouro Preto | Foto: Acervo Secretaria de Turismo
Ouro Preto: a cidade dos chafarizes
Mais curiosidades englobam a cidade colonial de Ouro Preto. Por lá, cerca de 20 chafarizes compõem a gama de construções históricas do território, que podem ser apreciadas nas igrejas, nos casarões, nas ruas de pedra e nos monumentos.
Uma das estruturas, localizada no Largo Marília de Dirceu, foi erguida pelo pai de Aleijadinho, Manuel Francisco Lisboa, na metade do século XVIII.
A história dos chafarizes é um pouco peculiar. No decorrer do período colonial, o abastecimento de água era considerado um problema. Principalmente nas cidades brasileiras mais importantes, em que poucas residências dispunham de instalações de água corrente.
Mas, em regiões de serra como Minas Gerais, havia grande abundância de nascentes. Por isso, em algumas casas, era mais fácil o abastecimento doméstico.
Em Vila Rica, por exemplo, atual Ouro Preto, algumas residências mais bem localizadas eram agraciadas por água nascente nos próprios quintais.
Porém, à época, a maneira mais comum de distribuir água era por meio dos chafarizes públicos, que predominavam nas localidades mais importantes.
Nesses pontos urbanos, os africanos escravizados abasteciam os vasilhames com água e carregavam sobre as cabeças até as casas dos senhores.
Listamos três chafarizes ouro-pretanos para você visitar durante sua estada na região:
- Chafariz do Museu da Inconfidência
- Chafariz da Rua Barão de Ouro Branco
- Chafariz dos Contos
O chafariz fica na base da escadaria que dá acesso ao Museu da Inconfidência
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