
Rio de Janeiro: 5 botequins para conhecer fora da Zona Sul
Por Nenel Neto
Que o Rio de Janeiro é lindo, todo mundo está cansado de saber.
Mas a Cidade Maravilhosa é muito mais que a orla, que o belo balneário conhecido em todo o mundo. Ainda mais em se tratando de botequim, algo tão carioca, proveniente das tradicionais tascas portuguesas.
Sendo assim, faço aqui um mini guia diferente, sem os clichês – muitas vezes deliciosos, é verdade – da Zona Sul da capital fluminense.
Apresento a vocês cinco botecos de respeito fora da rota tradicional dos turistas.
Vamos lá!
1 – Bar do Momo
Em funcionamento desde 1972, na Tijuca, o Momo é um dos grandes botequins deste vasto país.
Há 35 anos o bar está sob o comando de Antônio Lopes dos Santos, o Tonhão, mas quem aparece mais hoje em dia é o filho dele, Antônio Carlos Laffargue, carinhosamente conhecido como Toninho.
Por falar em Toninho, o considero um gênio da cozinha. Ele é autodidata, como é grande parte dos cozinheiros de botequins Brasil afora.
Toninho é dono de feitos como o bolovo, preparado com bolinho de bacalhau recheado com um ovo cozido de gema mole, e o sublime bolinho de arroz cremoso com lingüiça e três tipos de queijo, além do t-rex, um prato composto por 600 gramas de contrafilé alto e mal passado, coberto com manteiga de alho e acompanhado por dois ovos com gema mole e pãozinho fatiado.
O sujeito em questão é criativo e, mesmo assim, não deixa seu botequim perder a essência, tanto que oferece clássicos como sardinha frita e torresmo. A batidinha de gengibre é uma delícia.
O Momo é pedida obrigatória para quem vai ao Rio de Janeiro.
Endereço: Rua General Espírito Santo Cardoso, 50 – Tijuca.
O que pedir: Bolovo de bolinho de bacalhau, bolinho de arroz, t-rex e batida de gengibre.
Instagram: @bardomomooficial
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Bolovo do Momo / crédito: Nenel Neto – Baixa Gastronomia
2 – Bar do Bode Cheiroso
Este clássico de mais de 70 anos, localizado no Maracanã, é imune à malfadada gourmetização, graças a Deus.
No cardápio, belos pêéfes, como o de pernil com maionese, e petiscos exemplares, a exemplo do torresmo de barriga cortado em longas tiras, conhecido na área como barra de cereal.
Pra finalizar, que belo nome para um botequim, né? Bar do Bode Cheiroso!
Endereço: Rua General Canabarro, 218 – Maracanã.
O que pedir: Pêéfes (pratos feitos), barra de cereal e pernil assado.
Instagram: @bardobodecheiroso
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Barra de cereal do Bode Cheiroso / crédito: Instagram do Bode Cheiroso
3 – Velho Adonis
Conheci o Adonis em 2017, já no fim de sua gloriosa era. E foi lindo. Juro.
Quando lá estive, este bar e restaurante português, aberto em 1952, sofria com a decadência da região do bairro em que está localizado, Benfica. Mas, em junho de 2019, o cearense João Paulo Campos assumiu o bar e fez dele, novamente, um destino disputado fora da Zona Sul.
O bolinho de bacalhau é obrigatório, assim como o incomparável chope, vindo de uma velha chopeira em bronze com mais de 70 anos.
Para comer, a pedida do momento é o polvo com bacon, que até ganhou prêmio da Revista Veja Rio como o Melhor Petisco do Ano, em 2020.
Endereço: Rua São Luiz Gonzaga, 2156 – Benfica.
O que pedir: Bolinho de bacalhau, chope cremoso e porção de polvo com bacon.
Instagram: @velhoadonis
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Polvo com bacon do Velho Adonis / crédito: Instagram Velho Adonis
4 – Bar da Portuguesa
Para quem gosta de bolinho de bacalhau, o Rio de Janeiro é o paraíso.
Glória suprema do subúrbio carioca, o Bar da Portuguesa é craque nesta iguaria.
Como se não bastasse, o local ainda tem muita história.
Inaugurado em 1968, o botequim foi frequentado assiduamente por Pixinguinha (1897 – 1973). Na porta do bar, inclusive, há uma escultura do maestro sentado na cadeira onde ele costumava passar horas a fio.
Em 2021, o Bar da Portuguesa recebeu da prefeitura a placa de Patrimônio Cultural Carioca.
Endereço: Rua Custódio Nunes, 155 – Ramos.
O que pedir: Bolinho de bacalhau.
Instagram: @bar_da_portuguesa
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Bolinho de bacalhau do Bar da Portuguesa / crédito: Nenel Neto – Baixa Gastronomia
5 – Bar e Lanchonete Rex
Nunca comi um frango assado tão gostoso e suculento quanto o do Rex, um botequim pé sujo localizado na Praça da Bandeira.
Os franguinhos – não são galetos – ficam girando sobre incandescentes brasas, em uma vitrine com vista para quem está do outro lado do balcão. O resultado é assustadoramente delicioso.
Frango para comer com as mãos e se lambuzar sem culpa, ainda mais acompanhado por uma farofinha e um vinagrete, chamado de molho à campanha no Rio de Janeiro.
O Rex existe desde 1966 e, até hoje, se mantém como um botequim simples, sem afetações.
Se tiver coragem, experimente a cachaça curtida no coco e, se o apetite permitir, peça a rabada com agrião.
Endereço: Rua do Matoso, 7 – Praça da Bandeira.
O que pedir: Frango assado na brasa, cachaça curtida no coco e rabada com agrião.
Instagram: @barrex1966
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Frango assado do Rex / crédito: Nenel Neto – Baixa Gastronomia