
Cinco locais imperdíveis para comer bem sem gastar muito em São Paulo
Por Nenel Neto
Confesso que precisei visitar São Paulo algumas vezes para começar a me apaixonar por esta megalópole. Depois de pensar muito a respeito do motivo de tanta demora para entender a cidade, cheguei à conclusão de que só fui acertar o roteiro de ponta a ponta na última vez em que fui à Terra da Garoa. E é exatamente isso: boas escolhas são capazes de mudar a nossa visão a respeito de um local.
Nesta minha primeira coluna no Conexão123, destaco cinco locais imperdíveis para comer sem precisar gastar muito na capital paulista.
1 – Bar do Luiz Fernandes
Há mais de 50 anos, o Bar do Luiz Fernandes faz com que pessoas de todos os cantos se desloquem até o bairro Mandaqui, na Zona Norte, em busca de seus famosos bolinhos, em especial o de carne, que está no cardápio desde a abertura do boteco, em 1970.
A receita é de dona Idalina, esposa do senhor Luiz Fernandes. De acordo com ela, o segredo do quitute mais famoso de São Paulo é o pão italiano utilizado na receita. É por isso que o bolinho fica crocante por fora. Não deixe de colocar sobre ele o delicioso vinagrete com pimenta dedo de moça feito no próprio estabelecimento.
Para os fãs de acepipes, há uma maravilhosa vitrine com uma gama de opções de queijos, frios e conservas. É de cair o queixo.
Se quiser experimentar o ótimo torresmo da casa, tente chegar até o fim da tarde, pois ele costuma acabar logo que sai da cozinha. As empadinhas também valem a pena.
Endereço: Rua Augusto Tolle, 610 – Mandaqui.
O que pedir: Bolinho de carne, torresmo, empadinhas e porção de frios.
Site: https://bardoluizfernandes.com.br/
2 – Bar do Luiz Nozoie
São Paulo tem um outro bar do Luiz, e ele é tão bom quanto o do Fernandes. Trata-se do Luiz Nozoie, que fica no bairro Jardim da Saúde.
O botequim começou como uma sorveteria, em 1962. Quem comandava era o nissei Luiz Nozoie.
Quando a freguesia mirim da sorveteria cresceu, o senhor Luiz passou a utilizar a antiga máquina de fazer sorvete como um tanque de refrigeração, que deixava a cerveja geladíssima.
Sobre o antigo balcão ficam travessas com ótimos tira-gostos frios, entre eles, mexilhões e sardinha em conserva. Da cozinha saem os espetinhos de camarão e um bolinho de milho com queijo de comer ajoelhado.
Vale dar uma espiada na organização das bebidas que ficam nas prateleiras atrás do balcão. Tudo em perfeita simetria, graças aos filhos de seu Luiz, que comandam o boteco atualmente.
Endereço: Avenida do Cursino, 1210 – Jardim da Saúde.
O que pedir: Tira-gostos frios, espetinho de camarão e bolinho de milho com queijo.
Site: http://bardoluiznozoie.com.br/
3 – Pastelaria Yoka
Imagine um pastel recheado com carne, queijo e um ovo com a gema mole. Sim, com a gema maravilhosamente cremosa!
A Yoka existe há 25 anos e já foi destaque em veículos como Época e Folha de S.Paulo por servir aquele que, para muitos, é o melhor pastel da cidade.
Além de carne, queijo e ovo, o pastelão leva cebola e tomate no recheio. A massa recebe um pouquinho de cachaça antes de ir para a fritura, assim, ela se enche por fora daquelas crocantes “pipoquinhas”.
Para os mais tradicionalistas, há recheios como o de palmito e o de frango. Quem quiser algo diferente, pode apostar no pastel japonês, que leva em seu recheio tofu, shitake, kamaboko e cebolinha.
O molho de pimenta feito na casa é excelente.
O bairro oriental da Liberdade nos prega algumas peças, pois nem todos os lugares são bons. Mas os pasteis da Yoka valem a pena. Pode acreditar!
Endereço: Rua dos Estudantes, 37 – Liberdade.
O que pedir: Pastel de carne com o ovo perfeito.
Site: http://pastelariayoka.com.br/
4 – Kintaro
Ainda na Liberdade, há o Kintaro, um acanhado izakaya aberto em 1993 que vende pequenas porções de petiscos japoneses e brasileiros.
Pra quem não conhece, izakaya é uma espécie de boteco japonês, com balcão, muitas frituras e opções de saquê.
Tudo que sai das estufas é gostoso, a exemplo da sardinha marinada, da berinjela com missô (pasta de soja fermentada), das mini coxinhas fritas e recheadas com frango, do torresmo e da batatinha ao vinagrete.
O Kintaro é um belo exemplar de bar onde se come bem e paga-se o justo.
Endereço: Rua Thomaz Gonzaga, 57 – Liberdade.
O que pedir: Sardinha marinada, torresmo, mini coxinha, berinjela com missô, dobradinha, mostarda (verdura) apimentada com gengibre.
Instagram: @izakaya_kintaro
5 – Effendi
Effendi é uma casa armênia aberta em 1973, na Luz. Sem afetação, simples, com balcão. Do jeito que eu gosto.
Assadas na hora, as esfihas abertas são finas e levíssimas. Os preços são bem justos para a altíssima qualidade das mesmas.
Indico três delas: a de carne, a coberta por perfumadíssimo zaatar – mistura de temperos amplamente usada na Armênia e no Oriente Médio – e a sensacional esfiha de queijos (muçarela, ricota e fresco) com basturma.
Basturma é uma deliciosa carne bovina curada com especiarias, servida em finas lascas, à moda armênia.
É um baita lugar, daqueles parados no tempo, no melhor sentido. Fique atento aos horários, pois, de terça a sábado, a casa funciona somente até às 15h30.
Indico veementemente, já que nunca comi esfihas abertas tão gostosas quanto às do Effendi.
Endereço: Rua Dom Antônio de Melo, 77 – Luz.
O que pedir: Esfihas de carne, de zaatar e de queijo com basturma.
Site: https://www.effendi.com.br/
Do bolinho de carne à comida de izakaya, passando por espetaculares esfihas armênias, pastel japonês e até espetinho de camarão, São Paulo é uma beleza em termos gastronômicos.
E, sim, dá para comer bem sem deixar os rins na capital econômica do Brasil.