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Como fazer o seu dinheiro render ainda mais na Argentina

Por Marcello Oliveira

A profunda crise econômica que a Argentina passa neste momento causou uma queda acentuada do peso, sua moeda. O que é um grave problema para o povo argentino, que vê o seu poder de compra cada vez menor e uma inflação descontrolada que ultrapassa os 70% ao ano – recorde dos últimos 30 anos. No entanto,  isso acaba sendo um baita benefício para turistas que chegam de países com moedas mais fortes, como o real brasileiro.

Nunca esteve tão vantajoso para nós viajarmos para a Argentina. Foi percebido nos últimos meses um movimento de invasão brasileira no país vizinho e, de olho nisso, as companhias aéreas já incrementaram suas frequências de voos de vários aeroportos brasileiros para os aeroportos da Argentina, principalmente os dois que atendem a capital Buenos Aires. Mas antes de sair correndo para fazer as malas e embarcar, se planeje para fazer seu dinheiro render o máximo possível. Apesar do câmbio favorável, não devemos nos esquecer que a altíssima inflação na Argentina faz os preços dos produtos e serviços ficarem mais caros em pesos e os preços sobem a cada semana. Por isso que a ida até lá só é vantajosa para nós se conseguirmos uma boa cotação no câmbio.

Como fazer o seu dinheiro render ainda mais na Argentina

No câmbio oficial, R$ 1 vale cerca de 29 pesos enquanto no famoso câmbio paralelo o mesmo R$ 1 vale cerca de 59 pesos

Câmbio paralelo é ilegal?

Não! O próprio governo argentino reconhece e até incentiva o câmbio paralelo como forma de atrair turistas e assim injetar dólares na economia Argentina. Óbvio que tudo há um limite. Cada turista poderá trocar o equivalente a USD 5 mil em pesos por viagem no câmbio paralelo.

Onde trocar?

Casas de câmbio no centro das grandes cidades trocam as moedas na cotação paralela. Em Buenos Aires, a maioria se concentra na região da rua Corrientes, mas tome cuidado com os golpes. O truque da nota falsa é cada vez mais raro, porém os negociadores de câmbio vão fazer de tudo para trocar os seus reais por uma cotação menor do que o praticado pelo paralelo de verdade. Nunca troque no aeroporto, a não ser que seja numa emergência, pois lá, apenas o banco oficial do governo argentino faz o câmbio e será pela cotação oficial apenas. Jamais compre pesos no Brasil também, será prejuízo na certa.

Um boa dica é usar o site da Western Union para enviar uma quantidade de dinheiro em real através de Pix e você mesmo resgata esse valor, pela cotação do câmbio paralelo, em qualquer agência na Argentina usando sua identidade ou passaporte. Não tem erro e nem risco. O máximo que pode acontecer é você ter que esperar mais tempo na fila se acabar o dinheiro da agência, algo comum na Argentina. Porém, em algumas horas, o “estoque” é reposto, e você poderá sair de lá com o seu pacote de dinheiro e se sentir muito rico pelo menos uma vez na vida.

Qual é o custo da Argentina no paralelo?

Essa é a melhor parte: converter. Uma máxima em viagens internacionais é de que quem converte não se diverte, mas na Argentina isso não vale. É convertendo que a gente aproveita ainda mais. Então vamos aos valores já convertidos em reais pelo câmbio paralelo:

Uma garrafa de um bom vinho no supermercado pode custar de R$ 8 a R$ 20.

Como fazer o seu dinheiro render ainda mais na Argentina

Um jantar completo no Don Julio, considerado o melhor restaurante da América Latina, com entrada, prato principal, sobremesa, vinho, suco, água e taxa de serviço, sai por R$ 200

Almoço com prato principal e vinho em um bom restaurante, R$ 45

Tarifa de ônibus ou metrô: R$ 0,50

Caixa de alfajor de boa qualidade: R$ 22

Cerveja em um pub badalado: R$ 6

Quer saber mais? Assista ao vídeo que fiz em minha última viagem a Buenos Aires sobre como fazer o seu dinheiro render ainda mais na Argentina: