Tese da UFMG aponta elementos autênticos dos bares de Belo Horizonte
Os bares de Belo Horizonte vão além de simples estabelecimentos onde as pessoas se reúnem para beber e socializar. Tanto é que BH é conhecida como a capital mundial dos botecos (alcunha conferida em uma publicação do The New York Times em 2007) e foi eleita Cidade Criativa da Gastronomia pela Unesco em 2019.
Foi após essa conquista que a pesquisadora Geórgia Caetano dos Santos decidiu que sua tese de doutorado no Programa de Pós-graduação em Administração da UFMG seria sobre a autenticidade e nostalgia na experiência dos consumidores de bares e botecos de Belo Horizonte, capital criativa da gastronomia.
O trabalho revelou que os elementos autênticos presentes nesses espaços despertam memórias afetivas e contribuem para a formação de vínculos de lealdade entre os frequentadores.
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O que torna um boteco autêntico?
A pesquisa de Geórgia Santos, que reuniu percepções de 17 entrevistados, entre cozinheiros, historiadores, chefes de cozinha, donos de bares e consumidores, revela o que torna um boteco autêntico e como as pessoas o frequentam. Segundo a pesquisadora, o conceito de autenticidade refere-se ao que é genuíno, original e representa a essência cultural da cidade.
“Às vezes, o autêntico repousa naquilo que atravessou os anos, as gerações. Aquilo em que você bate o olho e fala ‘aqui eles servem bebida no copo lagoinha’. Existe algo mais autêntico que o copo lagoinha em Belo Horizonte?”, ressalta Geórgia Santos.
A tese revela que alguns elementos são essenciais para a autenticidade dos bares de Belo Horizonte. A primeira característica é a famosa “comida de estufa”. Essa expressão refere-se aos pratos que são preparados e ficam expostos em estufas para serem servidos aos clientes. A comida de estufa é uma tradição presente em muitos bares da cidade, remetendo às raízes e à culinária típica de Minas Gerais.
Outro elemento importante é o balcão, onde os clientes podem se sentar e interagir com os garçons e outros frequentadores. O balcão é um espaço de convivência e troca de histórias, proporcionando uma experiência única e descontraída.
Falando em garçons, eles são considerados verdadeiros personagens dos bares de Belo Horizonte. Com seu jeito acolhedor e simpático, os garçons estabelecem um vínculo afetivo com os clientes, que muitas vezes se tornam amigos de longa data.
Além disso, o ambiente dos bares é um elemento-chave para a autenticidade. A arquitetura antiga e os móveis rústicos criam uma atmosfera nostálgica, transportando os frequentadores para o passado e resgatando memórias afetivas.
Por fim, não podemos esquecer do famoso “copo lagoinha”, referência icônica aos bares de Belo Horizonte. O copo lagoinha, com sua forma peculiar, é um símbolo da cultura boêmia da cidade e está presente em grande parte dos estabelecimentos.
Belo Horizonte, capital mundial dos botecos
Belo Horizonte possui uma incrível quantidade de bares e botecos, cerca de 7 mil estabelecimentos, o que resulta em um bar para cada 361 moradores, de acordo com a pesquisa da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel).
Essa grande quantidade de estabelecimentos reflete a cultura boêmia e o prazer dos belo-horizontinos em desfrutar de momentos de lazer e descontração. A diversidade e autenticidade presentes em cada um deles tornam BH um verdadeiro paraíso para os amantes de bares e botecos.
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