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O que conhecer em Inhotim: os principais artistas e destaques botânicos do instituto

6 de janeiro de 2022

O acervo artístico de Inhotim é imenso e um dos mais importantes da arte contemporânea mundial. Já o jardim apresenta importantes coleções com espécies raras vindas de diversos continentes. Neste texto, descubra as principais atrações de arte contemporânea, conjunto botânico e arquitetura da América Latina e saiba o que conhecer em Inhotim!

O espaço é tão grande que apenas um dia não é suficiente para conhecê-lo. Por isso, há opções de ingresso de até três dias para quem quer descobrir tanta beleza a fundo. Acesse o site oficial para saber mais. 

Galerias de arte em Inhotim

De fato, as galerias de arte são o grande destaque entre as atrações em Inhotim. Os espaços magníficos oferecem momentos em que os visitantes são convidados a interagir com as obras. O instituto também apresenta um núcleo de conservação e atividades de arte-educação dos mais relevantes para a história dos museus brasileiros. 

É uma forma totalmente surpreendente e diferente da tradicional de apreciar arte por aí. A seguir, confira as principais galerias de arte, em diferentes áreas de Inhotim, que você não pode deixar de visitar.

Tunga 

Para começar, o artista pernambucano Tunga tem uma importância simbólica para o Inhotim. É dele a primeira exposição permanente do instituto. Além disso, Tunga foi um grande incentivador para que o parque abrisse definitivamente as portas para o grande público, o que só aconteceu em 2006.

A Galeria True Rouge, que recebe instalação de mesmo nome, foi inaugurada em 2002. Apresenta uma coleção que remete aos ciclos vitais, à alquimia e à presença dos corpos. 

A instalação True Rouge, de Tunga, chama a atenção por suas cores fortes e vibrantes

No ano de 2012, o pernambucano inaugurou outra galeria em Inhotim. A Psicoativo Tunga é um dos maiores pavilhões do parque, com três andares de exposição ao longo de 2.200 metros quadrados de área. Ainda que um pouco mais afastada da região central, na rota laranja próxima ao Viveiro Educador, ela é um espaço que você precisa visitar.

Entre muitas lendas e aspecto esotérico, o prédio foi construído para criar a sensação do visitante estar dentro de uma imensa caixa de vidro! É especial.

Em 2016, ao completar 10 anos, o Inhotim fez uma homenagem ao Tunga na Galeria Psicoativa
Créditos: Reprodução / Inhotim Org (Daniel Mansur)

Rivane Neuenschwander

Uma das galerias mais simpáticas em Inhotim é da artista visual belo-horizontina Rivane Neuenschwander. O espaço abriga a obra Continente/Nuvem e exibe um grande contraste com as demais galerias do instituto. Além do entorno ser composto por um jardim com espécies domésticas, a arquitetura do lugar é a mais antiga do parque, com uma construção de 1874. 

Algumas histórias contadas também tornam esse lugar especial. Dizem que a casa onde fica a galeria é remanescente da antiga fazenda que existia no lugar de Inhotim. Também, que um dos funcionários do instituto, o “Goiaba”, residiu na moradia com a família e os muitos irmãos. 

Por lá a experiência é de tentar compreender o tempo, observando bolinhas de isopor se movimentando sobre placas translúcidas no teto. Faz refletir sobre a conexão entre o céu, a natureza e os pedaços de plásticos se embolando sobre nossas cabeças!

Ainda, aproveite a oportunidade na Galeria Rivane Neuenschwander para contemplar os pés de frutas e da ora-pro-nóbis, planta muito utilizada na culinária do interior de Minas Gerais. 

A Galeria Rivane Neuenschwander foi inaugurada em 2009 no Instituto Inhotim

Cildo Meireles 

Uma das galerias principais e que fica na região central de Inhotim é o conjunto Cildo Meireles. O espaço é organizado com três salas individuais e diferentes exposições desse artista carioca. 

As três obras Glove Trotter, “Desvio para o vermelho: Impregnação” e “Através”, formam uma unidade impressionante de grande importância para a arte contemporânea brasileira. As duas últimas instalações ainda permitem uma experiência sensorial em que os visitantes podem, respectivamente, tocar e pisar nas obras.

Em quase todas as exibições da Galeria Cildo Meireles é possível traçar um paralelo da arte com o período da Ditadura Militar no Brasil de modo experimental.

Inclusive, uma curiosidade é que na obra “Desvio para o vermelho” você vai viver a experiência de contemplar as intervenções feitas pelo artista desde 1967 até os dias de hoje. Por lá há desde máquina de escrever a itens de tecnologia atuais adicionados recentemente, como um aparelho de música ipod

A sala “Desvio para o vermelho” é uma obra em grande parte composta  por Cildo Meireles de 1967 a 1984

Adriana Varejão

O “Edifício cego” foi criado por Rodrigo Cerviño e abriga a Galeria Adriana Varejão

Quem chega no imponente “Edifício CegoImponente” fica admirado pela arquitetura e construção do prédio de concreto suspenso sobre um espelho d’água de cor azul. O caminho leva até as obras da Galeria Adriana Varejão,  distribuídas em três andares.

No primeiro andar, a obra “Linda do Rosário” apresenta o traço original e provocante da artista, reconhecida pelo trabalho com pinturas, fotografias e esculturas. Já no segundo pavimento, a instalação “Celacanto provoca maremoto” comove pela reflexão a respeito da colonização portuguesa no Brasil e da passagem do tempo. 

A exposição “Celacanto provoca maremoto” teve suas placas craqueladas de madeiras queimadas no próprio Inhotim, com ajuda da equipe de montagem
Créditos: Reprodução / Inhotim

O último andar da galeria de Varejão é formado por uma exposição a céu aberto com bancos que exibem pinturas de 490 aves nativas da região da Amazônia

Claudia Andujar 

A fotógrafa suíça Claudia Andujar registrou uma das experiências artísticas mais extraordinárias do mundo. Desde a década de 1970, ela acompanhou de perto a luta do povo Yanomami pela criação do Parque Yanomami – reserva indígena no norte da Amazônia.

A artista se dedica à defesa de outros grupos marginalizados. É um importante nome da construção e memória de um grande arquivo fotográfico histórico brasileiro. Para visitar a Galeria Claudia Andujar em Inhotim, você vai precisar fazer uma boa caminhada e se afastar da parte mais movimentada no centro do parque.

Nesse trajeto, a ideia é que já comece a ser criada uma conexão diferente entre você e o entorno. Tudo para alcançar a atmosfera quase sagrada das mais de 400 fotografias  expostas no lugar.   Uma curiosidade é que o prédio, dividido em três módulos expositivos, foi revestido por  tijolos. Por causa deles, os Yanomamis batizaram a estrutura de “Casa de terra”. 

A galeria abriga obras de autoria de Andujar e de parcerias da fotógrafa

Jardim Botânico de Inhotim

O Jardim Botânico de Inhotim surgiu a partir de uma pequena coleção de palmeiras e outras espécies compartilhadas do jardim particular do empresário Bernardo Paz, idealizador do instituto. Hoje, além de destaques botânicos de importância mundial, tais como a “palmeira que anda”, o “inhame roxo” e a árvore “Tamboril”, o parque ainda tem um relevante trabalho de paisagismo. 

Paisagismo

Inspirado nos jardins projetados pelo artista plástico brasileiro Burle Marx, os caminhos tortuosos e coloridos de Inhotim foram pensados para tornar esse lugar um grande espetáculo para os olhos. E realmente é! Há quem vá até lá apenas para ver a vida passar sentado no gramado. 

De fato, o espaço ganhou notoriedade pela harmonia das cores e coleções originárias de várias partes do planeta. Atualmente, o instituto conta com paisagismo  projetado por profissionais renomados como Pedro Nehring. 

A espécie popular “inhame-roxo” é marcante no trabalho de Burle Marx e ornamenta a área do Jardim Pictórico em Inhotim.

Viveiro Educador

No  Viveiro Educador  estão à mostra espécies da riquíssima coleção de plantas do Jardim Botânico de Inhotim. Próximo a Galeria Psicoativo Tunga, essa é uma área de desenvolvimento de pesquisas científicas e educação ambiental que acomoda estufas equatoriais, o Jardim de Todos os Sentidos e o Jardim Desértico. Atenção para as 120 espécies adaptadas a ambientes quentes e com restrição de água. 

O “Jardim Desértico” foi idealizado pelo paisagista Pedro Nehring em conjunto com os pesquisadores de educação ambiental, em Inhotim

Vandário Inhotim 

Outro espaço temático especial da área botânica de Inhotim é o Vandário. O local abriga uma das maiores coleções de orquídeas do tipo vandácea já vistas. Uma experiência fora da curva para você adicionar no seu tour por Inhotim, principalmente durante a época de floração da espécie, que dura de 45 a 60 dias. 

As orquídeas asiáticas da espécie vandácea atraem amantes da natureza. A beleza de suas flores e as raízes aéreas chamam a atenção.

Arquitetura em Inhotim

A arquitetura em Inhotim também é parte fundamental para a exibição do exuberante acervo artístico e botânico no parque. É por isso que muitos projetos com estrutura inovadora do instituto estão na vanguarda da chamada arquitetura de museus do Brasil e do mundo. 

Além das que já contamos neste texto, outras galerias de Inhotim são icônicas,  premiadas e se destacam pela arquitetura!

Galeria Doug Aitken

Conhecida como Galeria Sons da Terra, a obra Sonic Pavilion, de Doug Aitken, fica em uma das conformações arquitetônicas mais bonitas de Inhotim. O formato é redondo e as paredes são de vidro e aço, revestidas com filtros plásticos. No centro do espaço existe uma abertura no chão de 45 metros de profundidade. 

O resultado é uma vista maravilhosa para os vales e montanhas de Brumadinho e região. Os famosos barulhos da terra também são uma grata surpresa para os visitantes. 

Vale ressaltar que a Galeria Doug Aitken é a mais afastada do núcleo do parque e a mais íngreme de todas em Inhotim. Portanto, para desfrutar dos encantos dessa edificação é preciso ter fôlego. Mas compensa muito!

A estrutura da Galeria Doug Aitken levou cinco anos para ser concluída em um processo experimental desenvolvido pelo artista

Galeria Matthew Barney

A construção em formato de domo geodésico da Galeria Matthew Barney também é ponto garantido no roteiro de quem aprecia projetos notáveis de arquitetura. Construída toda em ferro e vidro, a edificação fica no interior de uma trilha na floresta de transição da Mata Atlântica em Inhotim. 

Essa é uma estrutura localizada na área entre a Galeria Miguel Rio Branco e Doug Aitken. 

A Galeria Matthew Barney abriga a obra De lama lâmina

Para conhecer tantos atrativos em um parque imenso, use roupas confortáveis e tênis.  Se você nunca andou naqueles carrinhos típicos de campos de golfe, essa é a vez! O serviço é de graça para pessoas com capacidade de locomoção reduzida, desde que seja agendado antes. Os demais visitantes pagam pelo serviço de transporte interno, que leva até as atrações mais distantes por R$30.  

É tanta beleza em 140 hectares que surpreende perceber que tudo isso está reunido em um só lugar. Mais ainda é saber que é muito fácil poder arrumar as malas e desembarcar lá para conhecer esse paraíso. Bora então descobrir o que comer no parque conferindo o guia da 123milhas sobre alimentação em Inhotim!?