Lugares para conhecer

Descubra os encantos de Inhotim

31 de outubro de 2021

O Instituto Inhotim é um reconhecido Museu de Arte Contemporânea e Jardim Botânico localizado no município de Brumadinho, região metropolitana de Belo Horizonte, em Minas Gerais. O espaço conserva a maior coleção de palmeiras da América e um dos mais importantes acervos de arte contemporânea do Brasil. Neste post, descubra os encantos de Inhotim.

Para começar, é fundamental dizer que uma visita ao instituto significa ir ao encontro de uma privilegiada exposição com cerca de 700 obras, de mais de 60 artistas, de quase 40 países. Também saiba que você irá se deparar com mais de 4300 espécies botânicas de diversas partes do globo.

Enfim, o que podemos garantir é que esse é um destino completamente impressionante e memorável. Quer saber mais sobre ele? Descubra os encantos de Inhotim com a 123Milhas!

Inhotim possui 140 hectares de área de visitação.

 

Por que “Inhotim”?

 

Antes de mais nada, é interessante apresentar uma curiosidade sobre Inhotim, pois o nome do espaço normalmente é a primeira dúvida que surge entre os visitantes.

Então, pra entender logo, existem algumas versões que explicam a origem desse apelido. A mais comum é a história de que a denominação Inhotim está ligada a uma particularidade de vocabulário na região.

Sendo assim, o nome teria vindo a partir de um antigo minerador inglês, chamado “Sir Timothy“, morador daquela área em Brumadinho. Com a tradução para o português, o que era “Sir” se transformou em “Senhor”, que se tornou “Inhô”, e aqui estamos! Tim, é claro, era como os moradores da região chamavam o inglês.

Agora, topa conhecer tudo o que o Inhotim oferece de mais encantador?

Próximo à recepção do instituto fica um grande portão remanescente da fazenda que existia no terreno onde hoje funciona o Inhotim.

Educação transversal e visitas mediadas

 

Para quem visita o Inhotim é importante saber que o instituto dispõe de um espaço educativo fortemente estruturado. Desse modo, uma grande equipe de educadores e mediadores constroem ações socioeducativas e roteiros de visitação para você aproveitar um passeio de forma completa.

Você pode escolher participar desses trajetos com horário marcado e conhecer o espaço de forma panorâmica, isto é, dando atenção tanto ao Jardim Botânico, quanto para as galerias de arte. Ou ainda optar por segui-los em suas programações temáticas, normalmente focadas em um assunto único.

Se você quer descobrir os encantos de Inhotim, não deixe de incluir as visitas mediadas ao seu planejamento. Esses encontros gratuitos vão te ensinar muito sobre as obras e espécies, mas, sobretudo, eles são uma oportunidade para refletir e conhecer mitos, lendas e causos que cercam o lugar. Sabe aquela boa conversa mineira? Pois é!

As visitas mediadas em Inhotim também podem ser realizadas em grupos fechados através de agendamento prévio no site do instituto.

MECA Festival e Inhotim em Cena

 

Em relação a preparação de eventos, o Inhotim é uma das organizações culturais mais criativas e equipadas do Brasil. Desde 2015, o MECA Inhotim, realizado pelo Meca Festivals, ocupa os mais belos espaços de jardim e galerias do instituto. Um dos mais bonitos do mundo! É uma reunião multicultural sem precedentes no país.

Imagina escutar música em um jardim maravilhoso e enorme? As atrações vão desde apresentações de importantes artistas da música nacional, até workshops, DJs sets, festas, ativações de marcas e talks. Tudo no melhor estilo “junto e misturado” e dentro da rota dos melhores festivais artísticos do mundo!

As edições do MECA Inhotim costumam acontecer durante o mês de junho.
Créditos: Divulgação / Thesummerhunter.

Iniciado em 2010, o Inhotim em Cena é um outro grande evento do instituto e já passou por muitos formatos. De forma geral, o projeto tem o objetivo de levar apresentações artísticas de teatro, música e dança para o maior museu a céu aberto do mundo.

A ideia é oferecer vasta programação cultural com atrações notáveis de artistas renomados do Brasil e do restante do globo. Em sua versão mais recente, o Inhotim em Cena tem promovido shows com artistas como Arnaldo Antunes, Otto e Agnes Nunes nos espaços de galeria e Jardim Botânico.

As apresentações são transmitidas de forma virtual nas páginas oficiais do instituto. Mas bom mesmo é ver tudo isso de pertinho, né? E temos certeza de que você já está se preparando para ir a Inhotim com a 123Milhas, né?

A cantora Agnes Nunes se apresentou no interior da galeria Rivane Neuenschwander, em Inhotim.
Créditos: Reprodução / Inhotim Org.

Inaugurações bianuais

 

O calendário de atividades de Inhotim segue um padrão bianual de inaugurações de obras em arte contemporânea. Isso é mais um delicioso motivo para conhecer um dos cantos mais lindos do planeta para apreciar arte e natureza.

Entendendo melhor, o modelo de exibições permanentes em Inhotim estão nas galerias chamadas site specific (território específico). Normalmente, elas carregam o nome particular de algum artista e são compostas por um planejamento arquitetônico único. Nesses caso, o paisagismo do entorno também é sincronizado com a obra exposta no interior da galeria.

Apenas quatro pavilhões em Inhotim (galerias Praça, Mata, Lago e Fonte) não estão nesse padrão definitivo e compõem o que se chama de sítios temporários. Isso porque a cada dois anos as obras expostas nesses espaços podem ser trocadas, dando lugar a novas inaugurações.

Por dinâmicas como essa, e muito mais, que esse é um passeio incrível, não acha!? Agora, partiu conhecer mais sobre as galerias e artistas expostos em Inhotim?!

A Galeria Mata foi inaugurada em 2002 e já recebeu obras de artistas como Olafur Eliasson (2008) e Laura Vinci (2005).

As principais galerias de Inhotim

 

O acervo artístico de Inhotim é imenso e um dos mais importantes da arte contemporânea mundial. Nesse sentido, o instituto também apresenta um núcleo de conservação e atividades de arte-educação dos mais relevantes para a história dos museus brasileiros.

De fato, as galerias de arte são o grande destaque das atrações em Inhotim. Além de magníficos e importantes, esses espaços oferecem momentos em que os visitantes são convidados a interagir com as obras.

É o museu de uma maneira totalmente surpreendente e diferente da forma tradicional!

A Galeria Cosmococa de Hélio Oiticica permite uma grande interação público-obra.

Tunga

 

O artista pernambucano Tunga tem uma importância simbólica para o Inhotim. É dele a primeira exposição permanente do instituto. Além disso, Tunga foi um grande incentivador para que o Inhotim abrisse definitivamente as portas para o grande público, o que só aconteceu em 2006.

A Galeria True Rouge, que recebe instalação de mesmo nome, foi inaugurada em 2002 e apresenta uma coleção que remete às características principais do trabalho deste artista: ciclos vitais, alquimia e presença dos corpos.

A instalação True Rouge de Tunga é de 1997.

Em 2012, o artista inaugurou outra galeria em Inhotim. A Psicoativo Tunga é um dos maiores pavilhões do instituto, com três andares de exposição. Ainda que um pouco mais afastada da região central, é um espaço que você precisa visitar!

Vale muito a pena conhecer e apreciar a arquitetura do prédio, construído para criar a sensação de se estar em uma imensa caixa de vidro.

Em 2016, ao completar 10 anos, o Inhotim fez uma homenagem ao Tunga na Galeria Psicoativa.
Créditos: Reprodução / Inhotim Org (Daniel Mansur).

Rivane Neuenschwander

 

Uma das galerias mais simpáticas em Inhotim é da artista visual belo-horizontina Rivane Neuenschwander. O espaço abriga a obra Continente/Nuvem e exibe um grande contraste com as demais galerias do instituto.

A razão disso é que além do entorno ser composto por um jardim com espécies domésticas, a arquitetura do lugar é a mais antiga de Inhotim, com uma construção de 1874.

História e modernidade juntas de forma tão encantadora que você não pode deixar de conhecer!

Árvores frutíferas cercam a galeria Rivane Neuenschwander, em Inhotim.

Cildo Meireles

 

Uma das galerias principais e que fica na região central de Inhotim é o conjunto Cildo Meireles. O espaço é organizado com três salas individuais e diferentes exposições desse artista carioca.

As obras Glove Trotter, “Desvio para o vermelho: Impregnação” e “Através”, formam uma unidade impressionante de grande importância para a arte contemporânea brasileira.

As duas últimas instalações ainda permitem uma experiência sensorial dos visitantes com as obras. Fundamental e indispensável dar uma passadinha por lá!

A sala “Desvio para o vermelho” é uma obra composta por Cildo Meireles de 1967 a 1984.

Adriana Varejão

 

Imponente, a Galeria Adriana Varejão chama atenção em Inhotim tanto pelas obras distribuídas nos três andares do espaço, quanto pelo incrível edifício de concreto suspenso sobre um espelho d’água de cor azul. É maravilhoso!

Antes mesmo de entrar na galeria, os visitantes são convidados a contemplar a natureza presente no entorno.

Desde o primeiro andar, a obra “Linda do Rosário” apresenta o traço original desta artista que costuma trabalhar com pinturas, fotografias e esculturas. Já no segundo pavimento, a instalação “Celacanto provoca maremoto” comove pela reflexão a respeito da colonização portuguesa no Brasil e a passagem do tempo.

O último andar da galeria de Varejão é formado por uma exposição a céu aberto com bancos que exibem pinturas de 490 aves nativas da região da Amazônia.

O imóvel da Galeria Adriana Varejão é denominado pelo criador Rodrigo Cerviño como “Edifício Cego”.

Claudia Andujar

 

A fotógrafa suíça Claudia Andujar tem uma das experiências artísticas mais extraordinárias de todo o mundo. Desde a década de 1970 ela acompanhou de perto a luta do povo yanomami pela criação do Parque Yanomami (reserva indígena no norte da Amazônia).

Dessa maneira, a artista, que também se dedica à defesa de outros grupos marginalizados, construiu durante sua carreira um arquivo fotográfico histórico de relevância monumental.

Visitar a galeria que abriga o acervo de Andujar em Inhotim é uma experiência quase indescritível. Principalmente, porque para chegar até o espaço você vai precisar fazer uma boa caminhada e se afastar da parte mais movimentada do centro.

Nesse trajeto, a ideia é que já comece a ser criada uma conexão diferente entre você com o que está a sua volta. Tudo para alcançar a atmosfera quase sagrada das mais de 400 obras expostas no lugar.

Uma curiosidade é que o prédio dividido em três módulos expositivos têm um revestimento feito em tijolos que levou os yanomami a denominarem a estrutura como “Casa de terra”. Simplesmente é uma visita mágica!

Além das obras de autoria de Andujar, na galeria inaugurada em 2015, estão alguns expostos de parcerias da fotógrafa com outros artistas.

A biodiversidade no Jardim Botânico de Inhotim

 

O Jardim Botânico de Inhotim surgiu a partir de uma coleção particular do empresário Bernardo Paz, idealizador do instituto. Hoje, o espaço abriga uma das mais importantes coleções botânicas da América Latina, com espécies raras vindas de diversos continentes.

Além de destaques botânicos como a “palmeira que anda”, o “inhame roxo” e a árvore “Tamboril”, uma das partes mais chamativas do parque é o paisagismo.

Inspirado nos jardins do artista plástico e paisagista brasileiro Burle Marx, os caminhos tortuosos e coloridos de Inhotim foram pensados para tornar esse lugar um grande espetáculo para os olhos. A cada esquina uma surpresa encantadora!

A espécie popular “inhame-roxo” é marcante no trabalho de Burle Marx e ornamenta a área do Jardim Pictórico em Inhotim.

O Viveiro Educador é uma área de desenvolvimento de pesquisas e educação ambiental que pouca gente conhece, mas que também vale a pena ser visitado no Jardim Botânico de Inhotim.

O espaço acomoda as famosas estufas equatoriais, o “Jardim de Todos os Sentidos” e o “Jardim desértico”, que tem aproximadamente 120 espécies adaptadas a ambientes quentes e com restrição de água. É beleza e natureza que não acaba mais!

O “Jardim Desértico” é assinado pelo paisagista Pedro Nehring.

Outro espaço temático especial da área botânica de Inhotim é o “Vandário”. Com uma das maiores coleções de orquídeas do tipo vandácea já vistas, ele é uma experiência fora da curva para você adicionar no seu trajeto!

A floração de uma vandácea dura em média 45 dias.

Instalações ao ar livre em Inhotim

 

O Inhotim não é conhecido como o maior museu a céu aberto do mundo à toa, né? De fato, pelos jardins do instituto você vai encontrar muitas obras externas em um diálogo perfeito com a natureza.

O Narcissus Garden, da japonesa Yayoi Kusama, é um dos pontos ao ar livre mais impactantes de Inhotim. A instalação foi originalmente apresentada de forma clandestina na Bienal de Veneza, em 1966. A obra critica a vaidade presente no mercado da arte.

Aos olhos, as esferas metálicas se tornam uma espécie de “tapete cinético” sobre um lago de vegetação aquática.

Se não o mais famoso, com certeza o mais fotografado dos pontos externos em Inhotim é o Magic Square, de Hélio Oiticica. A instalação, que na verdade se chama “Invenção da cor, Penetrável Magic Square”, encanta os visitantes com suas paredes de um colorido vivo e reflexos de sombras com luz natural.

É um verdadeiro ponto de encontro em Inhotim! Que, além de tudo, exprime os elementos fundamentais do pensamento deste artista integrante do neoconcretismo no Brasil.

A instalação Magic Square foi construída postumamente a partir de instruções deixadas por Hélio Oiticica.

E não podemos esquecer de mencionar sobre o Beam Drop, escultura formada por 71 vigas de aço presas em um quadrado de concreto, do artista norte-americano Chris Burden.

Localizada em um ponto alto da área de visitação em Inhotim, a instalação impressiona pelo tamanho das traves de aço e causa curiosidade a respeito de como elas foram parar lá.

Na verdade, a obra parte de um ato performático característico no trabalho de Burden. Inaugurado em 2008, o processo de criação do Beam Drop foi filmado e está disponível no canal do Inhotim.

Como se trata de uma performance, o padrão das vigas de aço na escultura Beam Drop são totalmente aleatórios.

Arquitetura de museus em Inhotim

 

A arquitetura em Inhotim é parte importante para a exibição de um exuberante acervo artístico e botânico. Mas o que não se comenta muito é sobre ela estar na vanguarda dos projetos em arquitetura de museus do Brasil.

Além das que já contamos neste texto, outras galerias de Inhotim são icônicas e premiadas por sua estrutura inovadora!

Conhecida como galeria “Sons da Terra”, a obra Sonic Pavilion, de Doug Aitken, fica em uma das conformações arquitetônicas mais bonitas do instituto. O formato é redondo e as paredes são de vidro e aço revestidas com filtros plásticos. No centro do espaço existe uma abertura no chão de 45 metros de profundidade.

O resultado é uma vista maravilhosa para os vales e montanhas da região. Os barulhos da terra também são uma experiência singular para os visitantes.

Vale ressaltar que a Galeria Doug Aitken é a mais afastada do núcleo do parque e a mais íngreme de todas em Inhotim. Portanto, para desfrutar dos encantos dessa edificação é sim preciso ter fôlego. Mas, te garantimos que compensa!

A estrutura da galeria “Sons da terra” levou cinco anos para ser concluída. Créditos: Reprodução / Inhotim org.

A construção em formato de domo geodésico da Galeria Matthew Barney também é ponto garantido no roteiro de quem aprecia projetos notáveis de arquitetura. Construída toda em ferro e vidro, essa edificação se situa mais ao interior de uma trilha na floresta de transição Mata Atlântica em Inhotim.

Logo, essa é uma estrutura que abre possibilidades de leitura e interpretações também no campo da ecologia. Completamente genial!

A Galeria Matthew Barney abriga a obra De lama lâmina (2009).

Gastronomia em Inhotim

 

No quesito boa gastronomia, o Inhotim também é um excelente destino e apresenta opções diversas que literalmente agradam a gregos e troianos! Centrado em uma culinária mais moderna, o instituto dispõe de restaurantes, lanchonetes, bar e café em diferentes pontos estratégicos do parque.

Restaurante Oiticica

 

O Restaurante Oiticica fica em frente a instalação Magic Square e é um dos preferidos dos visitantes. O preço é mais acessível e a comida a quilo apresenta muitas opções e sabores típicos da gastronomia brasileira.

O espaço também é agradável e amplo. Perfeito para relaxar durante o almoço!

O Restaurante Oiticica oferece um preço especial durante o dia de visitação gratuita no parque. Créditos: Reprodução / Inhotim Org (Willian Gomes)

Restaurante Tamboril

 

O Restaurante Tamboril serve um buffet self-service de preço fixo dos mais elogiados de Belo Horizonte e região. A cozinha de lá é considerada sofisticada e a carta traz culinária internacional.

Degustar deliciosos pratos na região do Tamboril ainda é vantajoso por essa ser a parte mais central do parque. O estilo do restaurante também, como dizem, vale o ingresso!

É recomendado fazer uma reserva no local caso a sua visita seja em algum dia de final de semana ou feriado.

O serviço gastronômico do Restaurante Tamboril inclui saladas, massas e carnes.

Informações finais sobre Inhotim

 

Por muitos motivos, a experiência de conhecer Inhotim é inesquecível. Se abrir para as possibilidades que esse destino reúne e ainda estar próximo de uma comunidade tão singular como Brumadinho, definitivamente, é uma daquelas coisas que temos que fazer na vida um dia.

Se você já se sente pronto e com vontade de conhecer de perto os encantos de Inhotim, comece agora a planejar essa viagem imprescindível!