Parintins
Que tal um destino que garante mergulhar nas tradições e lendas da floresta Amazônica, com direito a muita dança de influência indígena? Visite o Festival Folclórico de Parintins, uma das maiores festividades do país e a principal festa popular do estado do Amazonas. Durante o evento, o desfile do boi-bumbá anima a cidade, que ganha ruas enfeitadas e casas pintadas.
Localizado a cerca de 370 km de Manaus, o município é conhecido como Ilha Tupinambarana. Banhado pelas águas do gigantesco rio Amazonas, no coração da selva, Parintins chama a atenção pelo conjunto de lagos, restingas e igapós que compõem a maior bacia fluvial do mundo, a Amazônica.
A vegetação nativa também atrai os visitantes. As árvores frutíferas de açaí, pupunha, cupuaçu e tucumã marcam presença na região. Essas frutas são usadas para alimentação e para fonte de renda dos moradores. Sementes adornam colares, brincos, brinquedos e outros objetos. É só caminhar na cidade para ver acessórios supercoloridos à venda em feirinhas de artesanato. Dá para chegar em casa com um lindo apetrecho.
Festival de Folclore
O Festival Folclórico de Parintins acontece anualmente, desde 1965, no último fim de semana de junho. Nesse período, a cidade recebe cerca de 80 mil visitantes e o clima é bem animado. São três dias de desfiles de proporções carnavalescas que mostram a riqueza folclórica da Amazônia.
A festa tem como tema a lenda do Bumba meu boi, que é muito marcante no Norte e Nordeste do país. Nessas regiões é comum que existam agremiações dos bois, realização de cortejos e desfiles. É tudo tão levado a sério que a festa virou uma competição acirrada.
E é esse o caso do Festival de Parintins. Em 1967, começou a disputa entre o Boi Garantido e o Boi Caprichoso durante as celebrações folclóricas. Uma das personagens mais esperadas no Festival é a Sinhazinha da Fazenda, que representa a filha do dono da fazenda.
Os bois
Criado em 1913, o Boi Garantido nasceu na vila de pescadores Baixa do São José. Ele é conhecido pela cor vermelha e um coração na testa. Já o Boi Caprichoso, fundado no mesmo ano, é simbolizado pela cor azul e uma estrela também na testa. O boi tem como berço os bairros da Francesa e de Palmares.
A rivalidade entre as agremiações vai além dos dias de festival. A cidade é dividida em dois lados, cada um com a cor do boi de preferência. Placas, orelhões, faixas de pedestres, muros e até algumas casas recebem a tonalidade do seu time. Até a Coca-Cola entra na brincadeira oferecendo refrigerante com rótulos personalizados da festividade. Os visitantes já devem saber: a zona norte de Parintins é vermelha e a região sul é azul. Evite ir com a cor oposta na área rival!
Escolha para qual boi irá torcer durante o festival. E, para entrar no clima da festa, já prepare as malas pensando na cor das roupas e acessórios. Essa rixa aumenta a emoção do evento.
A competição
As apresentações acontecem no Centro de Convenções Amazonino Mendes, mais conhecido como Bumbódromo. A arena é em formato da cabeça de um boi e tem capacidade para receber até 35 mil espectadores. O local marca a divisa entre os dois lados da cidade e é onde as agremiações se reúnem para conquistar o título de cada ano.
A competição conta com 21 categorias. Para conseguir o troféu, o boi-bumbá deve ser o mais pontuado nos quesitos apresentador, personagens, músicas, coreografias, organização, entre outros. Cada boi define um tema e elabora toda a apresentação com base nele.
A última disputa aconteceu em 2019. O evento foi cancelado nos anos de 2020 e 2021 devido à pandemia da Covid-19. Até o momento, o Garantido tem a maior quantidade de títulos, com 31 vitórias, contra as 23 do Caprichoso.
O ingresso do evento custa a partir de R$260 por dia. O valor varia conforme o assento escolhido e a quantidade de apresentações que você assistirá.
Festa de Nossa Senhora do Carmo
O segundo maior evento da Terra do Boi-Bumbá é a Festa de Nossa Senhora do Carmo, padroeira do município. A celebração da fé em honra à Virgem do Carmelo reúne tantos fiéis que fica atrás apenas do Círio de Nazaré, em Belém do Pará, na região Norte do Brasil.
Na ocasião ocorrem do dia 6 a 16 de julho, com uma programação bem diversificada. Acontecem missas, shows, procissão, romaria e até bingos. Milhares de pessoas acompanham a santa pelas ruas da cidade. Para receber as bênçãos, vários seguem descalços, homens e mulheres carregam objetos e crianças vão vestidas de anjo.
A cidade fica enfeitada e é montado um arraial nos arredores da Catedral de Parintins. Bandeirinhas coloridas, balões, luzes e imagens são colocadas nas ruas e fachadas das casas. Fiéis de todo o estado do Amazonas vão até a cidade para celebrarem a fé e honrarem a santa.
Passeio de triciclo
Uma maneira bem divertida de conhecer a Ilha Tupinambarana é por meio do passeio de triciclo, que acontece na época do festival. O veículo é uma bicicleta adaptada para o transporte de cargas. De tão adorado acabou virando um atrativo turístico.
O trajeto dura de 30 minutos a 1hora e custa a partir de R$50. Os visitantes saem da Praça da Catedral e passam por pontos turísticos como o Bumbódromo e os currais - galpões onde acontecem os ensaios das agremiações.
Alguns triciclos são ornamentados de acordo com as cores e símbolos dos bois. Vale muito a pena fazer o passeio!
Praça do Cristo Redentor
Além do Bumbódromo, outro local icônico com várias atrações nos dias do Festival Folclórico de Parintins é a Praça do Cristo Redentor, um dos belos cartões-postais da cidade. Também é conhecida como Praça Digital. Nesse espaço público está garantido o sinal de internet banda larga gratuita para moradores e visitantes.
A principal praça do município fica na orla do rio Amazonas. É lá que chegam as embarcações no rio Amazonas, por isso é bem movimentada. Estruturada com um anfiteatro, o ponto concentra o público de shows dos artistas locais. Conta com um píer, bares e restaurantes com os típicos sabores regionais.
Serra de Parintins
Um passeio interessante é a Serra de Parintins, também chamada de Serra da Valéria. O trajeto é feito de barco e dura cerca de duas horas. É ótimo para curtir a paisagem. Esse é o local mais alto da cidade, com 152 metros de altitude e oferece uma bela vista da região.
A Serra também se destaca como sítio arqueológico com vários vestígios indígenas do passado. É possível ver vários artefatos que eram usados pelos primeiros habitantes da região.
Curiosidades à parte, histórias misteriosas rondam essa área. Muitos moradores afirmam ter visto por lá um ser denominado de chupa-chupa, que seria uma mistura de vampiro com alienígena. As aparições fazem parte das memórias orais da população local. Vale a pena ouvir tantos casos indecifráveis.
Quando ir a Parintins?
A maior concentração de turistas é no último fim de semana de junho, quando acontecem as competições entre os bois-bumbás. As Festas de Nossa Senhora do Carmo também atraem muitos devotos e a cidade fica mais cheia. Portanto, reserve hospedagem com antecedência.
Caso o seu plano de viagem não inclua nenhum dos dois eventos, a dica é ir na época de vazante do rio Uaicurapá, com a intenção de aproveitar as praias fluviais. Esse período vai de agosto a fevereiro. Setembro é o mês com menor precipitação, então dá para curtir os passeios sem se preocupar muito com as chuvas.
Como chegar em Parintins?
Localizada quase no limite com o estado do Pará, existem apenas duas maneiras de chegar a Parintins, no interior do Amazonas: vá de avião ou pegue barco.
O trajeto aéreo é o mais rápido. Os voos saem do aeroporto de Manaus e duram em torno de 1 hora. Há maior fluxo de aeronaves durante o festival, então você consegue encontrar passagens com facilidade.
A opção fluvial é mais demorada, porém muito instigante. Além do mais, percorre a maior bacia fluvial do mundo, o rio Amazonas, e na região da selva. Os barcos também saem da capital. A ida é mais rápida, com duração de 14 a 18 horas, pois a navegação é a favor da correnteza. O retorno varia entre 24 e 30 horas de travessia.
Também é possível ir de lancha. Nesse caso, o percurso é feito em oito horas.
E aí, o que você achou da cidade? Confira mais pontos turísticos e o que fazer em Parintins.