Aniversário de Recife e de Olinda: conheça três curiosidades de cada cidade
Dia 12 de março tem festa dupla em Pernambuco! Duas cidades famosas do estado fazem aniversário nesta data.
Recife e Olinda, as chamadas “cidades-irmãs”, ligadas pela geografia e pela arquitetura urbanística tão similar, comemoram 486 e 488 anos, respectivamente, em 2023. Para celebrar, o Conexão123 apresenta três curiosidades de cada uma.
Se você quer desvendar os encantos desses municípios, assista aos episódios do programa Conexão123 – Expedição Brasil gravados por lá. No capítulo sobre Recife, conhecemos o Paço do Frevo e até encaramos umas aulinhas da dança. Já em Olinda, a Casa dos Bonecos Gigantes de Olinda e o Museu do Mamulengo foram as grandes atrações.
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História de Recife
Nos tempos de Brasil Colônia, Recife era apenas um porto. Quando Duarte Coelho tomou posse da capitania de Pernambuco, no século XVI, os recifes de arenito (uma formação rochosa natural), funcionavam como uma barreira de proteção para a bacia dos rios Capibaribe, Beberibe e Tejipió, impedindo que as águas do oceano se misturassem com as águas dos rios. Assim, os recifes se tornaram um porto natural de escoadouro.
Isso significa que a região costumava ser um lugar onde as riquezas produzidas eram facilmente transportadas para outras terras por meio de navios. No início do século XVII, abrigava o porto mais movimentado do país sob o domínio português.
Em 1630 os holandeses invadiram a região, chegando pelo norte de Olinda, e fazendo a sede do seu domínio na entrada do porto. O Conde João Maurício de Nassau Siegen foi chamado, em 1637, para potencializar o desempenho do local.
Com um trabalho em equipe de artistas, arquitetos, engenheiros, poetas, médicos, cartógrafos, astrônomos e imigrantes judeus, Nassau planejou uma cidade e colocou um ritmo de desenvolvimento nunca visto no continente. O local ganhou palácios, horto zoobotânico e canais, além do primeiro observatório astronômico das Américas e Hemisfério Sul (onde hoje é o bairro de Santo Antônio).
Em 1645, os portugueses se organizaram para retomar o controle da região, em um episódio que ficou conhecido como Insurreição Pernambucana. A batalha principal ocorreu na Ponte dos Carvalhos e culminou na expulsão dos holandeses do Nordeste brasileiro em 1654.
No século XX, Recife passou por grandes transformações, com a construção de viadutos, pontes e túneis para melhorar o tráfego e a mobilidade urbana. A cidade também se tornou um importante polo industrial, com a instalação de fábricas e indústrias, nas décadas de 1950 e 1960.
Hoje, Recife está entre as 10 cidades mais populosas do Brasil, de acordo com o IBGE, e continua mostrando seu potencial. A cidade é conhecida por sua rica cultura, com destaque para o Carnaval e o frevo, além de sua história e arquitetura colonial.
História de Olinda
Olinda é a “irmã mais velha” de Recife e, ao contrário da caçula, já era habitada quando Duarte Coelho assumiu sua parte na capitania de Pernambuco, em 1535. O fidalgo encontrou um local estrategicamente vantajoso para estabelecer sua vila no alto de colinas, onde existia uma pequena aldeia indígena chamada Marim. Foi ali que começou a cidade de Olinda.
Conta a história que o nome veio de uma frase de Duarte Coelho: “ó linda situação para se construir uma vila”. A área era protegida pela sua altitude e tinha vista para o mar, além de dispor de um porto natural formado pelos recifes, o que facilitava a entrada e saída de embarcações. Tinha abundância de água e terras férteis, o que foi vantajoso para a agricultura.
Olinda foi promovida a vila em 1537, em razão de seu desenvolvimento. Tornou-se um dos centros comerciais mais importantes com a exploração do pau-brasil e o plantio da cana-de-açúcar.
Em 1630, chegaram os holandeses, que tomaram a cidade de Olinda de forma violenta, surrupiando os materiais nobres das casas olindenses para construir as suas próprias, em Recife, e depois, ateando fogo à vila. Em 1654, 24 anos depois, os holandeses foram expulsos do território pernambucano, e Olinda começou a se reconstruir. Enquanto a cidade se reestruturava gradualmente, Recife assume o posto de capital.
Olinda recebeu o título de cidade em 1676, tendo se construído à luz do novo mundo.
Atualmente, o município é conhecido por suas belas igrejas, casarões coloniais, festas populares, como o Carnaval (considerado um dos mais tradicionais e animados do país, com a presença dos famosos bonecos gigantes), além de seu rico cenário cultural, com diversas manifestações artísticas, como música, dança, literatura e artes plásticas.
Três curiosidades de Recife
Agora, que tal conhecer três curiosidades de Recife com o Conexão123. Bora?
Galo da Madrugada: o maior bloco de Carnaval do planeta
O Galo da Madrugada, fundado em 1978, no bairro de São José, em Recife, foi considerado pelo Guinness o maior bloco carnavalesco do mundo. O grupo surgiu com uma turma de amigos que queriam resgatar o Carnaval de rua recifense, e junto de uma orquestra de frevo saíram pelas ruas do bairro em 4 de fevereiro, com cerca de 75 pessoas.
O bloco foi aumentando seu tamanho, até que em 1994 o Guinness Book o consagrou como “o maior bloco de Carnaval do planeta”, depois de desfilar com 1,5 milhão de foliões. No ano seguinte, o bloco estampou a capa do Guinness.
A Assembleia Legislativa de Pernambuco considerou o Galo da Madrugada como Patrimônio Cultural Imaterial do Estado em 2009, e em 2017 o bloco recebeu a Medalha da Ordem do Mérito Cultural (OMC), tida como a maior honraria dada pelo Governo Federal para reconhecer contribuições dada à cultura do Brasil. A cerimônia de entrega da medalha foi realizada no Palácio do Planalto, em Brasília.
Desfilando todos os anos no sábado de Zé Pereira (sábado de Carnaval), o bloco recebeu mais de 2 milhões de pessoas no Carnaval de 2023.
Rua do Bom Jesus: Patrimônio Histórico Nacional
A rua mais antiga de Recife, famosa pela sua variação de estilos arquitetônicos, com características dos séculos XVII e XIX, vem mantendo através dos anos a mistura do antigo com o moderno.
O Iphan – Patrimônio Histórico Artístico Nacional tombou a Rua do Bom Jesus no “Conjunto Arquitetônico, Urbanístico e Paisagístico do Antigo Bairro do Recife” em 1998, com destaque para o prédio onde era a antiga Sinagoga Kahal Zur Israel, a primeira sinagoga construída nas Américas, que ainda existe e está aberta para visitação.
De acordo com a Fundação Joaquim Nabuco, a Rua do Bom Jesus é uma das mais importantes do Recife, já que é a mais antiga e histórica da cidade. Tanto que, em 2019, a conceituada revista norte-americana de arquitetura internacional “Architectural Digest” selecionou as 31 ruas mais bonitas do mundo, e a do Bom Jesus ficou em terceiro lugar, sendo a única rua brasileira mencionada.
Recife é lar de vários músicos famosos
Recife também entra para a história através da música. Grandes nomes da música brasileira são recifenses.
Por exemplo, Bezerra da Silva, um ícone do samba, nasceu em Recife, no ano de 1927. Com quase 50 anos de carreira, o cantor, compositor, violonista e percussionista, lançou 28 álbuns e ganhou 11 discos de ouro, três discos de platina e um disco de platina duplo.
Fundador e ex-regente da Banda Municipal de Recife, o Maestro Ademir Araújo é coordenador musical e regente da Orquestra Popular do Recife e Patrimônio Vivo de Pernambuco desde 2013. O artista recifense nasceu em 1942, sendo premiado em diversos concursos estaduais e nacionais, além de participar de projetos de iniciação e educação musical de jovens.
Lenine, cantor, compositor e multi-instrumentista, nasceu no bairro de Boa Vista, em 1959. O artista recifense tem em sua carreira quatro Grammys Latinos e quatro Prêmios da Música Brasileira.
Representando a categoria feminina, Clarice Falcão é outra recifense reconhecida no meio musical. Nascida no ano de 1989, além de cantora, também é compositora, humorista e roteirista. Foi indicada ao Grammy Latino na categoria de “artista revelação”, e seu estilo musical varia de MPB a indie pop.
Três curiosidades de Olinda
Já conhecemos três curiosidades de Recife, então vamos conhecer também três curiosidades de Olinda?
Olinda: Patrimônio da Humanidade pela UNESCO
Olinda foi a segunda cidade brasileira a ser declarada Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade pela Unesco, em 1982, pouco tempo depois do reconhecimento de Ouro Preto. O destaque da cidade é para sua excepcional arquitetura religiosa dos séculos XVI e XVII.
Seus leques arquitetônicos e urbanísticos se unem harmoniosamente, criando um conjunto ímpar de atmosfera única, agraciado com a presença do mar e da vegetação de Mata Atlântica que acompanham sua história.
A área de Olinda é predominantemente residencial, caracterizada por ambientes pequenos e quintais arborizados. Os espaços maiores da cidade foram preferenciais para a construção de largos, praças e edifícios religiosos.
Os bonecos Gigantes de Olinda
Uma tradição que surgiu provavelmente na Idade Média, na Europa, chegou a Pernambuco pela cidade de Belém do São Francisco, na região sertaneja do estado. A ideia veio de um jovem que sempre ouvia as histórias de um padre belga sobre o uso dos bonecos nas festas religiosas europeias.
O primeiro boneco gigante de Olinda tinha o corpo feito de madeira e a cabeça em papel machê. Ele foi às ruas pela primeira vez no Carnaval de 1919, dando imagem ao icônico Zé Pereira, que, 10 anos depois, ganhou uma companheira, a Vitalina.
Então, em 1932 a tradição se alastrou pelas ladeiras de Olinda com a criação do “Homem da Meia-Noite”, e se popularizou o “Encontro dos Bonecos Gigantes”, no qual vários bonecos, produzidos por diversos artistas, se encontram para um grande desfile pela área histórica de Olinda, no Carnaval.
No ano de 2009, nasceu uma nova geração dos bonecos gigantes, pelo produtor cultural Leandro Castro e uma grande equipe de artistas, materializando grandes nomes brasileiros e internacionais. Essa nova geração tem 3,90 m e conta com argila e fibra de vidro para torná-los mais leves, e seus braços são feitos de isopor, para que ninguém seja machucado durante os desfiles.
Hoje em dia, alguns dos bonecos gigantes de Olinda ficam em exposição permanente na Embaixada de Pernambuco – Bonecos Gigantes de Olinda, na Rua do Bom Jesus, 183.
Elevador Alto da Sé – com vista panorâmica para o oceano Atlântico
Em 2011, Olinda comemorou 30 anos do título de Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade e ganhou de presente uma atração turística em Alto da Sé, um dos bairros mais visitados da cidade: um elevador panorâmico.
Localizado no ponto mais alto de Olinda, a 20 metros de altura, o elevador, que suporta até oito pessoas, proporciona uma vista panorâmica, inclusive do oceano Atlântico, que banha a cidade.
Para a construção do elevador, a caixa d’água de Olinda passou por uma reforma (que diverge da arquitetura do local, trazendo um conceito mais moderno) e agora está ligada ao elevador por uma passarela que dá acesso ao mirante.
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