Dia do Frevo em Pernambuco: conheça mais sobre o ritmo
Em 9 de fevereiro é celebrado o Dia do Frevo em Pernambuco. Um ritmo e uma dança contagiantes, que mistura marcha, maxixe e elementos da capoeira. A manifestação cultural, que surgiu na capital do estado, Recife, é Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, pela UNESCO.
O Conexão123 trouxe algumas curiosidades sobre o dia, vamos conferir?
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História do Dia do Frevo
O Dia do Frevo é comemorado em 9 de fevereiro, em Pernambuco. O dia marca a primeira vez que o termo foi publicado, em 1907, no Jornal Pequeno, de Recife.
A palavra frevo surge como uma modificação do verbo ferver (frever), em razão de o estilo ser uma dança frenética, acelerada.
O ritmo é parte da memória e da história do estado de Pernambuco, especialmente durante o período de Carnaval, com uma autenticidade e originalidade únicas, embora se inspirem e derivem de diversas outras expressões artísticas.
A origem do frevo se deu na cidade de Recife, em Pernambuco, no fim do século XIX e começo do século XX, como uma manifestação cultural e ritmo carnavalesco. Diz-se que o frevo se originou no entrudo, uma brincadeira portuguesa formada por peças, gracejos, comidas, bebidas e o uso de limas-de-cheiro, que eram lançadas nas pessoas.
As brincadeiras se tornaram violentas, e, com isso, o governo imperial decidiu, em 1855, no Congresso das Sumidades Carnavalescas, que o Carnaval entraria nos moldes europeus.
A cidade de Recife nessa época era marcada por uma forte agitação de um estado que privilegiava a república e a liberdade das pessoas escravizadas. Por isso as classes trabalhadoras se organizaram com clubes e blocos carnavalescos, formando agremiações, como Vassourinhas, Abanadores de Olinda, Lenhadores de Recife etc. Foi nesse contexto que o frevo começou a se desenvolver.
Curiosamente, os passistas utilizavam o frevo como uma arma de defesa, herança da capoeira e da necessidade de controlar os foliões e as brigas que surgiam ao longo dos carnavais de rua. A sombrinha na dança do frevo está relacionada a uma expressão de ataque e defesa, como uma arma.
A celebração mantém em evidência um patrimônio imaterial do estado, que simboliza o Carnaval pernambucano. Foi oficialmente reconhecido em 2012, quando passou a compor a Lista Representativa do Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade da Unesco.
Além da celebração estadual, em 9 de fevereiro, há o Dia Nacional do Frevo, comemorado em 14 de setembro, em homenagem ao nascimento do jornalista Osvaldo da Silva Almeida, apontado como um dos criadores da palavra frevo.
Características do frevo
O frevo é uma criação de compositores de música ligeira, feita para o Carnaval, e proporciona mais animação para os foliões.
Caracterizado por ser uma marchinha acelerada ao som de uma banda que segue o estilo dos blocos, ele incorpora elementos de outras danças, tais como maxixe, polca e, inclusive, a capoeira.
A dança do frevo, também chamada de passo, é cercada por malabarismos, gingados, passos curtos e um ritmo agitado. Descubra o que fazer em Recife no episódio do Conexão123 Expedição Brasil, onde visitamos o Paço do Frevo e ainda mostramos uma aula bem especial com a passista Marcela Felipe!
As roupas e itens utilizados para a dança são:
- Camiseta curta ou amarrada na cintura
- Calça feita de algodão e colada no corpo
- Sombrinha — elemento tradicional
- Bandeiras — também conhecidas como estandartes, são os emblemas das equipes que dançam frevo
A roupa e a sombrinha são muito coloridas, geralmente levam as cores verde, amarelo, azul e vermelho.
Paço do Frevo
O Paço do Frevo, localizado na capital pernambucana, foi inaugurado em 2014, fruto de uma parceria entre a Prefeitura de Recife, IPHAN, Fundação Roberto Marinho e o Governo Federal, com a proposta de reunir a história do frevo, suas tradições e infinitas linguagens.
Um centro de referência de ações, projetos e atividades de documentação, transmissão, salvaguarda e valorização de uma das principais tradições culturais brasileiras: o frevo. No espaço, a exposição principal conta a história desta importante manifestação, a partir de fotos, registros e marcos históricos, que montam uma linha do tempo desde a sua criação até o reconhecimento alcançado nos dias de hoje.
O visitante do espaço também pode estudar, criar, experimentar e vivenciar o rico universo de histórias, personalidades, memórias e linguagens artísticas. Visitas mediadas, aula de dança, e realização de pesquisas no Centro de Documentação são outras possibilidades que o ambiente oferece.
Ao lado do Instituto Ricardo Brennand, o Museu Cais do Sertão e a Oficina de Cerâmica Francisco Brennand, o Paço do Frevo é um dos pontos mais visitados da cidade e faz parte do complexo turístico de Recife e Olinda.
Endereço: R. da Guia, s/n
Horário de funcionamento: terça a sexta, das 10h às 16h30, sábado, das 11h às 18h, e domingo, das 11 às 17h30.
Preço: R$ 10 (inteira)
Conheça outras atrações de Recife no Conexão123 – Expedição Brasil
Pelo site do museu, você também pode fazer um tour virtual, e desbravar o Paço do Frevo pela internet! Agora, vamos conhecer outras características do frevo?
Músicas do frevo
Os responsáveis por garantir o ritmo são as bandas marciais e fanfarras. As primeiras escolas e companhias de frevo começaram a surgir na década de 70, com o objetivo de ensinar as gerações futuras e também preservar a dança. Foram criadas músicas rápidas para serem dançadas durante o Carnaval, ao som de trombones, saxofones e pandeiros.
Com um repertório musical variado, existem três principais estilos de frevo:
- Frevo-de-bloco: surgiu com a animação de jovens que realizavam serenatas paralelamente ao Carnaval. Há o auxílio de uma orquestra, com instrumentos como clarinete, violão, cavaquinho e banjo. Exemplos desse estilo são “Relembrando o Passado” (João Santiago) e Marcha da Folia (Raul Moraes).
- Frevo-de-rua: instrumental, considerado o mais popular e diferente dos outros estilos de música brasileira. Dentre as canções mais famosas, estão O último dia (Levino Ferreira) e Porta-bandeira (Guedes Peixoto).
- Frevo-canção: conhecido também como marcha-canção, é uma forma parecida com as marchinhas cariocas. É um pouco mais lento que os frevos-de-rua e mais cantado. Os mais conhecidos são o Hino de Pitombeira (Alex Caldas) e Vestibular (Gildo Moreno).
Passos do frevo
A dança é composta por mais de 100 passos, diferenciados conforme o estilo utilizado pelo dançarino. Inicialmente, eles tinham relação com as ocupações profissionais dos seus praticantes, mas evoluíram e surgiram novas variações. Os mais básicos são:
- Dobradiça: dançarino flexiona a perna, levando os joelhos para frente e apoiando o corpo na ponta dos pés.
- Locomotiva: com o corpo agachado e braços abertos para a frente, formando quase um círculo, e a sombrinha posicionada na mão direita. São dados pulos curtos, encolhendo e esticando as pernas, de forma alternada.
- Parafuso: as pernas ficam completamente flexionadas. Inicialmente, o corpo permanece apoiado sobre um pé virado (com a parte de cima no chão), e o outro pé se vira, permitindo o apoio de lado.
- Ferrolho: é um movimento semelhante a sapatear no gelo. É necessário movimentar as pernas para a diagonal seguida da flexão das duas pernas, com o joelho direito virado para a esquerda e vice-versa. Os movimentos se repetem, o corpo é virado em sentido contrário ao pé de apoio, que se intensifica com o tempo e a marcha da música. Alternam-se os pés, movimentando-se para frente e para trás, em meia ponta e calcanhar.
Existem outros passos, como fogareiro, pernada (capoeira), tesoura, mola, saci-pererê, pontilhado, abanado, caindo-nas-molas, ponta de pé e calcanhar.
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