Folclore brasileiro: destinos nacionais para celebrar
Passado de geração para geração, o folclore no Brasil é bem diversificado, e, em cada canto do território, encontram-se diferentes formas dessa manifestação cultural. O movimento ainda recebe influências portuguesa, africana e indígena.
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Você vai ler sobre
- Folclore brasileiro: origem do dia, lendas e tradições
- Parintins (AM): Boi-bumbá
- Recife (PE): Frevo
- Pirenópolis (GO): Cavalhada
- Resende (RJ): Saci-pererê
- Pelotas (RS): Negrinho do Pastoreio
Folclore brasileiro: origem do dia, lendas e tradições
O folclore brasileiro, celebrado em 22 de agosto, é uma herança cultural muito rica. Em cada uma das cinco regiões do nosso país, as comemorações têm suas peculiaridades. Afinal, o Brasil agrega aproximadamente 8,5 milhões de km², o que torna a diversidade ainda maior.
O folclore representa o conjunto das criações culturais de uma comunidade, baseadas nas tradições de indivíduos e grupos que expressam sua identidade cultural e social através de costumes transmitidos por gerações.
A celebração advém da cunhagem do termo folklore feita, pela primeira vez, em 22 de agosto de 1846, em um artigo do arqueólogo William John Thoms, publicado no jornal londrino “O Ateneu”. A partir daí, esse dia ficou classificado como “Dia do Folclore”.
De origem inglesa, “folk” refere-se a “povo” e “lore”, a “saber”. Por isso, “folkore” é o saber do povo, ou sabedoria popular. Na língua portuguesa, o termo foi adaptado para folclore.
No Brasil, a manifestação folclórica é realizada em distintas formas, pelos cinco cantos da nação, como: arte, artesanato, literatura, a exemplo da de cordel, danças regionais, como o Frevo, teatro, música, como as cantigas de roda, festas populares, como o Carnaval, brincadeiras, como o pega-pega, e personagens e suas lendas, a exemplo do Curupira e da Iara.
Por falar em personagens do folclore, selecionamos alguns que fazem parte do imaginário popular de muitas comunidades Brasil afora:
- Iara: conhecida como “mãe d’água”, é uma sereia muito bela, e seu canto atrai os homens (do folclore indígena, predominante na região amazônica)
- Curupira: protetor da fauna e da flora, persegue e mata a todos que agridem a natureza. Suas características são cabelo vermelho e pés virados para trás (encontrado desde a região Norte, passando pelo Nordeste, até o Espírito Santo)
- Saci-pererê: sempre com cachimbo e gorro vermelho, é um menino negro de apenas uma perna e que apronta várias traquinagens (a lenda surgiu na região sul do Brasil)
- Boto-cor-de-rosa: personagem que emerge dos rios na forma de um lindo jovem, que seduz as mulheres para engravidá-las (conhecida sobretudo na região da Floresta Amazônica)
- Boitatá: considerado também guardião da fauna e da flora, é representado por uma cobra de fogo (bastante popular no Rio Grande do Sul, onde surgiu)
- Mula sem cabeça: mulher amaldiçoada após ter um romance com um padre. Como consequência dos seus atos, foi transformada em um quadrúpede que galopa soltando fogo (mito de origem ibérica, conhecido no interior do Brasil de norte a sul)
- Boi-bumbá: boi muito animado coberto por uma manta colorida, sua aparição é motivo de muita festa e celebração (surgiu na região Nordeste, mas é muito conhecida também nos estados da região Norte)
- Negrinho do pastoreio: menino escravizado que sofria com castigos de um fazendeiro e, por isso, recebeu um milagre de Nossa Senhora por ser um inocente (de origem africana, a lenda é muito difundida nos estados do Sul)
Parintins (AM): Boi-bumbá
Na região Norte do Brasil, a cidade de Parintins, no Amazonas, abriga uma das celebrações culturais que representam as tradições e os costumes locais.
A festa boi-bumbá, variação do bumba meu boi nordestino, proporciona uma experiência turística única. Cores, muita música, danças típicas e comida boa, além da tradicional disputa dos bois, com direito a torcida e alegorias.
O festival acontece anualmente, na última semana do mês de junho, é um dos mais populares do destino amazonense e atrai um número expressivo de turistas. O evento faz parte da identidade do povo local.
Com músicas tradicionais, folguedos e fantasias bem elaboradas, a festa encena uma lenda antiga, sobre um casal prestes a ter um filho. Quando a mãe tem desejo de comer língua de boi, seu marido sacrifica o animal favorito do patrão, que se enfurece e faz juras de morte ao empregado. Aí entra em cena o Pajé, que salva a vida do esposo ressuscitando o boi antes que a tragédia se concretize. A história perdura até os dias de hoje pela oralidade, sendo contada de geração em geração.
Essa fábula é encenada há mais de 100 anos, tempo em que existe a rivalidade que é determinante para a festa de Parintins. O embate dos dias de hoje entre o Boi Caprichoso e o Boi Garantido remonta à época em que se iniciaram as representações pelas ruas da cidade.
O primeiro boi a entrar em cena foi o Garantido, em 1913. Alguns anos depois, apareceu o Galante, hoje conhecido como Caprichoso. Cada um deles é caracterizado por uma cor. O primeiro ostenta o vermelho, e o segundo, o azul.
Com o passar dos anos e a evolução da festança, foi construído o Bumbódromo de Parintins, local onde acontecem as apresentações. Inaugurado em 1988, o espaço passou por uma reforma no início dos anos 2000.
A estrutura lembra o formato de uma cabeça de boi. E, ao todo, são três noites de espetáculo, com muita diversão. Inclusive, o festejo é reconhecido como Patrimônio Cultural do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
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Recife (PE): Frevo
Capital de Pernambuco, região Nordeste do Brasil, Recife também reúne movimentos culturais do folclore brasileiro. No destino, uma das manifestações mais apreciadas, assim como na cidade de Olinda, é o frevo, ritmo musical brasileiro e dança folclórica típica do Carnaval de rua.
Inclusive, o gênero foi reconhecido pela UNESCO como Patrimônio Imaterial da Humanidade.
O frevo, um ritmo frenético que faz os adeptos pularem, saltarem e cantarem, surgiu no no século XIX, em uma época de transição e efervescência social no Brasil. Um dos criadores do nome desse ritmo musical foi o jornalista Osvaldo da Silva Almeida.
A origem da palavra vem do verbo “ferver”, justamente por ser uma dança de ritmo bastante acelerado. Esse símbolo cultural mistura a marcha e o maxixe, além de possuir alguns elementos da capoeira.
Os praticantes se vestem de roupas coloridas e alegres, em geral, camisas curtas e justas e calça colada, para os homens, e shorts ou saias, para as mulheres, acompanhados de sombrinhas e estandartes (bandeiras de cada grupo de dança).
Conheça os tipos de frevo:
- Frevo de rua: ritmo no qual orquestras saem pelas ladeiras e ruas, com instrumentos, como: saxofones, clarinetes, pistões, trombones, tubas, taróis, surdos e bombardinos
- Frevo de bloco: com canções mais lentas e poéticas, é executado por uma orquestra de pau e cordas, composta de violões, bandolins, flautas e cavaquinhos
- Frevo de canção: também conhecido como marcha-canção, possui letras e é cantado, além de ser num ritmo mais lento
Na capital do estado pernambucano, o turista tem a oportunidade de conhecer mais de perto esse movimento folclórico. Na Praça do Arsenal da Marinha, fica o Paço do Frevo, centro de referência de ações, projetos e atividades de documentação da dança.
O local oferece oficinas e apresentações regulares durante o ano todo. O ingresso para visitar custa a partir de R$ 10 (por pessoa).
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Pirenópolis (GO): Cavalhada
A cerca de 130 km de Goiânia, na região Centro-Oeste, a cidade de Pirenópolis, em Goiás, abriga em seu imaginário popular alguns personagens folclóricos curiosos, como o Pé de Garrafa. O ser mitológico é um protetor da floresta. Segundo a lenda, ele é peludo, com um chifre, enormes garras e uma perna solitária no meio do corpo. Quando tudo está tranquilo na mata, ele é dócil, mas se sente que há uma ameaça por perto, vira uma fera.
Outro elemento do folclore de destaque em Pirenópolis são as Cavalhadas, representações baseadas em costumes da Idade Média, foram trazidas para o Brasil pelos colonizadores portugueses no século XVI. Remetendo às tradições da Espanha e de Portugal, as manifestações unem religiosidade, fé e cultura.
O padre Manuel Amâncio da Luz foi o responsável por introduzir as Cavalhadas em Pirenópolis, em formato de peça teatral, intitulada “O Batalhão de Carlos Magno”, que ocorre desde 1826.
Geralmente, o circuito das Cavalhadas acontece entre os meses de junho e outubro, em cerca de 12 municípios do estado, após os festejos do Divino Pai Eterno. O evento consiste em uma representação das batalhas entre cristãos e mouros na Península Ibérica.
São dois exércitos, com 12 cavaleiros de cada lado, que encenam, durante três dias, uma luta coreografada e repleta de ornamentos. O palco do espetáculo tradicional é o Campo das Cavalhadas, também conhecido como Cavalhódromo, que fica localizado no centro de Pirenópolis.
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Resende (RJ): Saci-pererê
A cerca de 170 km da capital do estado do Rio de Janeiro, está Resende, que carrega uma curiosidade folclórica. O Saci, chamado também de Saci-pererê, conhecido pela esperteza e brasilidade, é símbolo da Seção de Instrução Especial da Academia Militar das Agulhas Negras, localizada na cidade fluminense.
Segundo a lenda, o Saci é um ser que habita as florestas e tem como características ser um menino negro de gorro vermelho, que prega travessuras nas pessoas, tem uma perna só e se locomove pulando.
Esse mito, surgido no fim do século XVIII, espalhou-se pelo território nacional ao longo do século XIX e mistura elementos da cultura indígena, africana e europeia. O personagem ficou conhecido por causa de Monteiro Lobato, escritor brasileiro que publicou um livro sobre ele em 1921.
Além disso, outras figuras folclóricas se destacam na região Sudeste do país, como: Curupira, Boitatá e Mãe-de-Ouro.
Inclusive, a cidade fluminense incentiva o estudo e a divulgação das diversas manifestações culturais brasileiras, sendo frequente sede de exposições do folclore brasileiro.
Neste ano, no Dia do Folclore, 22 de agosto, o Museu de Arte Moderna de Resende promove a apresentação musical com a Banda do Projeto Crescer Resende e também uma oficina de confecção de estandartes, objeto que é símbolo das Folias de Reis, ato popular que rememora a jornada dos reis magos, desde o aviso do nascimento até o encontro com o menino Jesus.
Além disso, até 9 de setembro ocorre a exposição “Essa Folia é de Reis”. A ação acontece de segunda a sexta, das 10h às 17h, com entrada gratuita. Anote o endereço: Rua Dr. Cunha Ferreira, 104 – Centro histórico.
Aproveite o Dia do Folclore Brasileiro para visitar Resende, no Rio de Janeiro. O tíquete aéreo, saindo de SP com destino à capital fluminense, custa a partir de R$ 497.
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Pelotas (RS): Negrinho do Pastoreio
Na região Sul do Brasil, a miscigenação cultural é bastante evidente. As manifestações são vistas em danças folclóricas, a exemplo da Congada, do Cateretê e do Pau de Fitas.
Já em relação aos personagens do folclore brasileiro, alguns se destacam pelos estados do Sul, como o Boitatá e o Negrinho do Pastoreio.
Em Pelotas, no Rio Grande do Sul, está localizado o Centro de Tradições Gaúchas (CTG) Negrinho do Pastoreio. O local foi fundado em 1967, com objetivo de formar um grupo de danças tradicionais gaúchas.
Na cidade, a aproximadamente 260 km de Porto Alegre, capital do estado, o espaço cultural busca desenvolver atividades através de sua patronagem, invernadas de danças e campeira, e eventos promovidos, como: rodeios, fandangos e oficinas, ações com intuito de resgatar e manter vivas as tradições gaúchas.
Falando mais detalhadamente do Negrinho do Pastoreio, esse personagem do Folclore teve sua origem no século XIX. Sua lenda é considerada afro-cristã e foi bastante contada naquela época pelos brasileiros que defendiam o fim da escravidão no país.
É uma história de um pequeno menino escravizado que sofreu muito com os maus-tratos de um fazendeiro. Há contos que retratam que o menino foi punido por deixar um cavalo fugir, e o castigo foi tão severo que quase o levou à morte. Porém o garoto sobreviveu e surgiu para o fazendeiro, montado no cavalo, ao lado da Virgem Maria, padroeira da criança.
Atualmente, na região Sul do Brasil, a lenda conta que o Negrinho do Pastoreio ajuda a encontrar objetos perdidos, após a pessoa acender uma vela perto de um formigueiro e pedir com muita fé.
Neste ano, Pelotas vai sediar o Festival Internacional de Folclore e Artes Populares – FIFAP, nos dias 12 e 13 de setembro. O encontro cultural vai reunir companhias de danças folclóricas de diferentes países.
A programação conta com diversas atrações, como oficinas e apresentações em escolas públicas, desfiles de rua e espetáculos de danças. Além dos grupos parceiros da cidade, o festival também vai receber delegações de 13 países.
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