Dia dos Povos Indígenas: conheça museus para celebrar a cultura e a memória dos povos originários
Você já parou para pensar nos nomes de algumas capitais? Aracaju, Cuiabá, Curitiba, Macapá, Maceió e Manaus são topônimos de origem indígena. Assim como alguns alimentos, como tapioca, açaí, paçoca e pamonha. Estes são só alguns exemplos da influência dos povos originários na cultura brasileira.
Para celebrar os primeiros habitantes do nosso território, e seus descendentes, 19 de abril foi escolhido como o Dia dos Povos Indígenas, e o Conexão123 traz dicas de museus para conhecer a importância desses povos na história do Brasil.
Conheça com o Conexão123
- Conheça museus para visitar no Dia dos Povos Indígenas
- Memorial dos Povos Indígenas – Brasília (DF)
- Memorial Museu Indígena Kanindé – Aratuba (CE)
- Museu Moitará – Tiradentes (MG)
- Museu das Culturas Indígenas – São Paulo (SP)
- Museu de Arte Indígena – Curitiba (PR)
- Museu do Índio – Rio de Janeiro (RJ)
- Qual a diferença entre Dia do Índio e Dia dos Povos Indígenas
- Conheça a origem dos nomes de capitais
Conheça museus para visitar no Dia dos Povos Indígenas
Além da língua e da culinária, a cultura indígena se faz presente de diversas formas, como por meio do artesanato, das tradições e festas ritualísticas com músicas, danças e pinturas. Há muitos pesquisadores dedicados a estudar essas demonstrações culturais, coletando e registrando materiais para os abrigar em museus.
Por todo o Brasil, há diversas instituições em que o visitante pode conhecer cerâmicas, artesanatos em palha ou em sementes, ver exposições audiovisuais e ouvir canções que fazem parte das tradições dos povos originários.
Ficou com vontade de conhecer mais sobre a cultura indígena e está pensando onde ir no dia 19 de abril? Conheça algumas opções que o Conexão123 trouxe para você visitar no Dia dos Povos Indígenas.
Memorial dos Povos Indígenas – Brasília (DF)
A capital do país dispõe do Memorial dos Povos Indígenas, projetado inicialmente para receber o acervo do Museu do Índio do Rio de Janeiro. Essa ideia não prosperou, mas o local hoje abriga exposições, cursos, oficinas e rodas de conversa dedicadas às causas indígenas.
Seu acervo conta com peças representativas de várias etnias. Alguns dos destaques da coleção são: a arte plumária dos Urubu-Kaapor; os bancos de madeira dos Yawalapiti, Kuikuro e Juruna, e as máscaras e instrumentos musicais da região do Alto Xingu e Amazonas.
A arquitetura do memorial é de Oscar Niemeyer, que se inspirou nas habitações do povo yanomami. Vale conhecer a Arena, uma área circular de aproximadamente 916 m² com piso de areia e céu aberto.
O Memorial dos Povos Indígenas fica no Eixo Monumental Oeste, na Praça do Buriti, em frente ao Memorial JK. Fica aberto de terça a domingo, das 9h às 17h, e as visitas podem ser agendadas.
Memorial Museu Indígena Kanindé – Aratuba (CE)
O Ceará é profundamente marcado pela cultura indígena. O próprio nome do território vem de “siará” que significa “canto da jandaia”, pássaro muito comum na região. Entre os povos originários do estado estão os kanindés, que chegaram a ocupar diversas terras e hoje se concentram em algumas cidades do interior do Ceará.
Para quem mora ou planeja viajar ao estado conhecido como Terra da Luz, em Aratuba, a 126 km de Fortaleza, está o Memorial Museu Indígena Kanindé.
Fundado em 1995 pelo líder indígena Sotero, o memorial é dedicado a retratar a cultura e o cotidiano do povo kanindé, narrando as memórias dos troncos velhos para as novas gerações. A coleção reúne itens representativos do modo de vida do grupo, que estão individualmente ligados a significados e interpretações que remetem a um passado comum.
O amplo acervo de objetos e o trabalho de preservação e divulgação lhe deram o título de Ponto de Cultura — projetos que recebem reconhecimento e apoio financeiro do Ministério da Cultura para desenvolverem ações socioculturais em suas comunidades.
Como o museu fica na região rural da cidade de Aratuba, no Sítio Fernandes, o mais indicado é ir até Fortaleza e lá alugar um carro para percorrer os 126 km até o local. Com 123carros há a facilidade de alugar um veículo para te ajudar a chegar em Aratuba e conhecer a cultura indígena Kanindé.
Museu Moitará – Tiradentes (MG)
Na cidade de Tiradentes, em Minas Gerais, o visitante pode conhecer mais sobre a história do Brasil, não só do período colonial, mas também dos povos originários, com o Moitará – Centro Cultural de Arte Indígena do Brasil.
O acervo do Museu Moitará dispõe de mais de 3 mil peças que vão de adornos corporais a objetos cerimoniais de cerca de 50 grupos indígenas do país, como kayapó, karajá, urubu-kaapor e yanomami. A ideia do centro é que o visitante conheça as línguas e a cultura desses povos por meio de vídeos, fotografias e até músicas originais.
Quem quiser comprar arte indígena pode adquirir peças na loja do museu, contribuindo com a renda das comunidades envolvidas. A loja é bem diversificada e oferece objetos de cerâmica, cestos, máscaras.
O Centro Cultural fica na Rua Alvarenga Peixoto, 1027, e o endereço da loja é Rua Direita, 168. Tanto o museu como a loja não abrem às terças.
Museu das Culturas Indígenas – São Paulo (SP)
O caçula dos museus dedicados aos povos originários está na capital paulista. Inaugurado em junho de 2022, o Museu das Culturas Indígenas tem 1.400 m² divididos em sete andares, para exposições de longa e curta duração, auditório e centro de pesquisa.
Um dos diferenciais da instituição está no conselho, pois é formado por indígenas, que cuida da gestão e curadoria. Dentre as mostras que podem ser visitadas até o fim de abril, estão as exposições “Ygapó: Terra Firme”, de Denilson Baniwa, contemplando experiências sensoriais que evocam a Floresta Amazônica, e “Invasão Colonial ‘Yvy Opata’ A Terra Vai Acabar”, de Xadalu Tupã Jekupé, que discute a demarcação dos territórios indígenas.
Os visitantes também podem conferir a Exposição Temporária Coletiva “Ocupação Decoloniza – SP Terra Indígena”, que ocupa as áreas externas do espaço, como muros e empenas, por meio de diferentes linguagens artísticas.
O museu abre de terça a domingo, das 9h às 18h, e os ingressos precisam ser adquiridos com antecedência. O endereço é Rua Dona Germaine Burchard, 451.
Museu de Arte Indígena – Curitiba (PR)
O Museu de Arte Indígena de Curitiba é uma instituição particular dedicada à produção artística dos povos originários brasileiros. Localizado no bairro Água Verde, na capital paranaense, tem amplo acervo dividido em arte plumária, cerâmica, cestaria, instrumentos musicais, máscaras ritualísticas, bancos, adornos e objetos do cotidiano.
Além dos inúmeros itens que fazem parte da cultura dos povos originários, o local ainda abriga salas de exposições. Em “Faces da Floresta”, por exemplo, em cartaz por período indeterminado, o visitante pode contemplar fotografias e registros dos Yanomami, feitos pelo fotógrafo Valdir Cruz.
O ingresso custa R$ 24 (R$ 12 a meia-entrada), e o endereço é Av. Água Verde, 1413.
Museu do Índio – Rio de Janeiro (RJ)
O que fazer no Dia dos Povos Indígenas? Vamos fundar um museu. Essa foi a ideia do antropólogo Darcy Ribeiro, em 1953. O tradicional Museu do Índio no Rio de Janeiro reúne um gigantesco acervo de livros, pesquisas, objetos e materiais audiovisuais.
O prédio está temporariamente fechado para visitação, porém, é possível conhecer as exposições virtuais pelo site do museu.
O Museu do Índio mantém o atendimento a pesquisadores, e lá estão algumas preciosidades, como as fotos das primeiras viagens de Darcy Ribeiro a comunidades indígenas.
O endereço é Rua das Palmeiras, 55, Botafogo.
Qual a diferença entre Dia do Índio e Dia dos Povos Indígenas
Dia do Índio ou Dia dos Povos Indígenas, qual é o correto? Para entender: o 19 de abril era para comemorar o Dia do Índio até há pouco tempo, mas esse termo mudou depois dos parlamentares ouvirem os pedidos das comunidades. Com a lei 14.402, de 8 de julho de 2022, o antigo Dia do Índio passou a ser Dia dos Povos Indígenas.
A expressão “indígena” se refere aos povos originários, ou seja, aqueles que ocupavam as terras do que hoje chamamos de Brasil, antes da colonização. A autora do projeto de lei foi a deputada federal indígena e atual presidente da Funai (Fundação Nacional do Índio), Joenia Wapichana.
Para os historiadores, o uso do termo “índio” é um erro. De acordo com a professora de História da USP, Maria Lígia Coelho Prado, “a palavra índio foi erroneamente empregada pelos colonizadores que acreditavam ter chegado à Índia”. É uma expressão genérica, que não leva em conta as características culturais e linguísticas de cada indígena. “Usar indígenas e povos originários é mais adequado”, afirma a professora.
Conheça a origem dos nomes de capitais
Planejou uma viagem para Aracaju, Curitiba ou Maceió? Sabia que o nome dessas cidades tem origem indígena? Veja só:
A maioria dos nomes vem do tupi. Aracaju significa “cajueiro das araras”, e Cuiabá vem de “ikuiapá” que significa “lugar da ikuia” (flecha-arpão), se referindo a um dos rios onde os indígenas pescavam.
Macapá é uma variante da palavra macapaba, que significa “local de bacabas”, palmeira típica da região. Maceió significa “o que tapa o alagadiço”, em referência à geografia litorânea da capital de Alagoas.
O nome da capital do Amazonas, Manaus, tem origem no manaó, um dos povos indígenas locais, e significa “mãe dos deuses”.
Que tal conhecer de perto os museus que preservam a história desses povos do Brasil? Se você está pensando no que fazer no Dia dos Povos Indígenas, a 123milhas tem voos, hotéis e aluguel de carros que ajudam a conhecer museus para visitar no dia dos povos originários.
RESPOSTAS123
Em 19 de abril é comemorado o Dia dos Povos Indígenas, que celebra a cultura e a memória dos povos originários do Brasil.
O Brasil tem profundas marcas da cultura indígena, na história, na linguagem e na gastronomia, por isso é importante destacar um dia para cultuar essa herança, além de promover a conscientização sobre a inclusão, alertando sobre seus direitos e reafirmando as garantias previstas na Declaração das Nações Unidas.
O dia 19 de abril não é feriado nacional, ele é utilizado para eventos, debates e outras celebrações feitas por instituições dedicadas à preservação e divulgação da cultura indígena.
Dia 19 de abril foi definido como o Dia dos Povos Indígenas, em substituição ao Dia do Índio, pela lei 14.402, de 2022.