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Dia da Baleia e o turismo responsável de observação

17 de fevereiro de 2023

As baleias são os maiores mamíferos do planeta! Animais essenciais para o equilíbrio do ecossistema marinho, sofreram muito com a caça predatória descontrolada, que era permitida até o século XX. Devido a essa atividade, muitas espécies entraram em extinção.

No dia 19 de fevereiro de 1986, a Comissão Internacional Baleeira proibiu a caça às baleias, com uma moratória global, registrando nessa data o Dia Mundial da Baleia.

Atualmente, em algumas praias brasileiras, é possível praticar o turismo responsável de observação de baleias, graças às suas rotas migratórias.

Para saber mais sobre o Dia da Baleia e o turismo responsável, siga com o Conexão123.

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Dia Mundial da Baleia

A moratória global que baniu a pesca comercial das baleias foi essencial para a recuperação populacional de várias espécies quase extintas. O documento está em vigor até hoje, com 89 países trabalhando juntos pela causa, dentre eles o Brasil.

Japão, Noruega e Islândia assinaram a moratória com ressalvas: são países que ainda podem manter a prática da caça, porém com regras e cotas.

A Islândia alega que é uma prática sustentável e teve a permissão de caçar duas espécies: baleia-minke e baleia-comum. Mas o país já considera dar fim à atividade, dada a queda na demanda. A ideia é que em 2024 o país seja um local a menos praticando o ato.

O Japão defende que a caça é necessária para fins científicos, mas, na verdade, ele é o principal país atuante no comércio de carnes de baleia. E a Noruega se baseia no argumento de “tradição” para continuar a caçar, mas, assim como os japoneses, também tem interesses comerciais.

Diante da queda populacional e ameaça de extinção das baleias, ambientalistas e profissionais da área desenvolveram planos e ações para aumentar a população desses animais. 

Em dezembro de 2022, o Instituto Baleia Jubarte fez um monitoramento aéreo de 6.200 km, da divisa do Ceará com o Rio Grande do Norte até o litoral norte paulista, afirmando que houve um aumento de aproximadamente 25 mil animais. O censo, feito em parceria com a Petrobras, mostra que a população da espécie jubarte está próxima de sua recuperação total.

Sobre as baleias

As baleias são mamíferos marinhos pertencentes à ordem dos cetáceos e estão divididas em duas categorias: as Mysticeti, que possuem barbatanas, e as Odontoceti, que possuem dentes. 

Independentemente das categorias, elas têm algumas características em comum, como a comunicação entre si por sons característicos, a necessidade de respirar na superfície (afinal de contas, são mamíferos e, assim como nós, têm pulmões) e uma camada espessa de gordura, que auxilia na manutenção de sua temperatura ideal e no armazenamento de energia.

Dia Mundial da Baleia: turismo responsável de observação | Baleia respirando na superfície das águas | Conexão123

As baleias precisam subir até a superfície para respirar, pois são mamíferos e sua respiração é exclusivamente pulmonar

Esses mamíferos têm um papel importante para o equilíbrio das águas marinhas, pois são responsáveis por melhorar a qualidade de vida dos oceanos.

Suas fezes funcionam como adubo, por conta dos nutrientes ricos para os mares, e elas são capazes de acumular anualmente cerca de 1,7 bilhão de toneladas de dióxido de carbono (o que impacta na diminuição do aquecimento global). Quando morrem, sua carne vira alimento e sua carcaça se torna abrigo para outras espécies. Como estão no topo de cadeia alimentar, elas também controlam a população marinha com sua alimentação.

Atualmente, há sete espécies de baleias mais conhecidas:

  • Baleia-azul: é o maior mamífero que existe no mundo, com cerca de 30 m de comprimento e 200 toneladas. É uma espécie em risco de extinção.
  • Baleia de bryde: encontrada em diversos lugares do planeta, tem cerca de 15 m de comprimento e 16 toneladas. 
  • Baleia cachalote: é o maior mamífero com dentes: o macho tem cerca de 20 m de comprimento e 45 toneladas, a fêmea pode chegar a 17 m e 14 toneladas. É uma espécie em risco de extinção.
  • Baleia fin: também chamada de baleia-comum, mede cerca de 27 m e pesa em média 70 toneladas.
  • Baleia-franca: muito encontrada em Santa Catarina, tem cerca de 17 m e pesa em média 60 toneladas.
  • Baleia jubarte: espécie muito comum na Bahia, tem aproximadamente 16 m de comprimento e pode pesar até 40 toneladas. 
  • Baleia-minke: conhecida popularmente como baleia-anã, não chega a 9 m de comprimento e pesa cerca de 6 toneladas.

Dessas sete espécies, a baleia-azul é a que está em grau mais crítico de ameaça, categorizada em CR (criticamente em perigo), a última fase antes de ser classificada como “extinta na natureza”. A baleia-franca encontra-se em EN (em perigo) e a baleia jubarte está em NT (quase ameaça).

Apesar da proibição da caça e de tudo o que vem sendo feito visando a preservação desses animais, a preocupação com a extinção das baleias não diminuiu. Há diversas ameaças à vida desses mamíferos, como a queima de petróleo, a poluição sonora nos oceanos, o tráfego de barcos, que às vezes atropelam as baleias, as redes de pesca comum e a pesca ilegal, que não deixou de existir.

Dia Mundial da Baleia: turismo responsável de observação | Critério de classificação de espécies ameaçadas de extinção traduzido | Conexão123

Critério de classificação de espécies ameaçadas de extinção traduzido | Foto: Sea Food Brasil

Projeto Jubarte

O Projeto Jubarte, que hoje é parte da organização não governamental Instituto Jubarte, é um programa brasileiro criado com o objetivo de realizar ações de educação ambiental e conservação da baleia jubarte. O projeto foi criado em 1988, quando pesquisadores descobriram uma pequena população da espécie na região do Parque dos Abrolhos, sendo que, até então, não havia registro das jubartes no Brasil.

O instituto foi criado em 1996, estabelecendo um plano de estudos e proteção para as jubartes brasileiras. Hoje a organização dá suporte ao projeto, resultando na recuperação de uma boa parte da população dessa espécie no Brasil.

As bases do Projeto Jubarte estão localizadas em Vitória (ES), Caravelas e Praia do Forte (BA), além de pontos de apoio à pesquisa e ao turismo de observação de baleias em Ilhabela (SP), Rio de Janeiro (RJ), nos destinos baianos de Prado, Cumuruxatiba, Porto Seguro, Arraial d’Ajuda, Itacaré, Barra Grande, Morro de São Paulo e Salvador.

Turismo responsável de observação de baleias 

A temporada para turismo responsável de observação de baleias no Brasil começa em junho e vai até outubro, podendo se prolongar até novembro; as espécies jubarte e franca são as que mais passam pelo país, devido à temperatura das águas nessa época do ano, que é favorável para a reprodução. 

E, para comemorar o Dia da Baleia, o Conexão123 separou os principais destinos das rotas das baleias aqui no Brasil: Espírito Santo, Bahia e São Paulo.

Turismo de observação de baleias no Espírito Santo

Em Vitória, no Espírito Santo, ocorre a migração das baleias jubarte anualmente. Por muito tempo acreditava-se que esses mamíferos só passavam pelo litoral capixaba e não procriavam. Mas os dados de uma pesquisa feita recentemente pelo Coletivo Ambiental Amigos da Jubarte evidenciaram que a espécie jubarte nasce, sim, em Vitória, além de dar um show de jatos de água e acrobacias.

O programa de observação é totalmente natural, dependendo única e exclusivamente da vontade das baleias. O passeio é feito de barco, e nos primeiros 40 minutos da viagem é realizada uma palestra com informações do Projeto Amigos da Jubarte, explicando a importância dos cetáceos para a preservação do ecossistema marinho e do turismo responsável de observação das baleias para a proteção das espécies.

Navegando próximo às regiões costeiras, em busca de ver as baleias-jubartes, é comum avistar golfinhos nadando próximo a embarcação. Quando os borrifos de água começam a surgir, é o sinal de que as estrelas do passeio chegaram. Saltos e outras exibições desses animais são muito apreciadas. O passeio tem cerca de 7 horas de duração e se encerra com o retorno para a costa.

Para aderir ao passeio, basta acessar o perfil oficial no Instagram do Amigos da Jubarte, clicar no link da bio e acessar o tópico “Quero ver baleia!”.

Turismo de observação de baleias na Bahia

Localizada a apenas 80 km de Salvador, a Praia do Forte está no município de Mata de São João e, além de ser um ótimo lugar para ver as baleias, conta com uma das sedes do Instituto Baleia Jubarte. 

Aproveite para visitar na Bahia o Espaço Jubarte, o ambiente tem painéis interativos, réplicas das baleias e até um esqueleto completo da jubarte, perfeito para aprender mais sobre a espécie. 

Dia Mundial da Baleia: turismo responsável de observação | Esqueleto de uma espécie de baleia no Espaço Jubarte | Conexão123

O Espaço Baleia Jubarte é o único centro interpretativo do Brasil dedicado especialmente às grandes baleias

O Conexão123 Expedição Brasil #18 esteve na Praia do Forte e visitou o Espaço Jubarte, aprendendo mais sobre esse projeto incrível e sobre as baleias. Conferimos de perto as réplicas em tamanho real dos comportamentos mais comuns delas! Assista aqui mais detalhes dessa rica jornada!

O espaço funciona de terça a domingo, das 9h às 17h30. 

O passeio de observação desses animais, promovido no local, leva um grupo privado de turistas em uma lancha, que se aproxima devagar dos animais para não assustá-los. O passeio tem o período de cerca de 2 horas e custa em torno de R$ 300,00 (tempo e valores podem variar de acordo com a agência escolhida). 

Acesse o site oficial da Praia do Forte, clique em “Turismo de Observação de Baleias” na lateral esquerda, e no fim da página, clique em empresas associadas; depois é só escolher a que mais lhe agradar. 

Turismo de observação de baleias em São Paulo

Passam mais de 300 baleias por Ilhabela anualmente. Elas saem das águas geladas do hemisfério sul para se reproduzirem nas águas quentes do litoral paulista, e depois migram para o sul da Bahia para darem à luz. 

Para aderir ao passeio de observação no município, no site oficial do município de Ilhabela, acesse “o que fazer” no menu superior, selecione a opção “baleias e golfinhos”, e, no fim da página, clique em listas de agências; depois é só escolher a que mais lhe agradar. O passeio custa em torno de R$ 300,00 mas pode variar de acordo com a agência escolhida.

Há algumas regras durante esses passeios: manter livre a rota de navegação das baleias, drones são permitidos somente acima de 100 m, a velocidade máxima permitida da embarcação, ao estar perto de uma baleia, é de cinco nós e a distância é de 100 m, o tempo máximo permitido com as baleias é de 30 minutos. Evite ruídos altos e não jogue objetos nas águas. Também é proibido mergulhar com os mamíferos.

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