Rio Branco

Rio Branco

Destino pouco explorado pelos viajantes brasileiros, o Acre é uma excelente opção de passeio para quem quer fazer turismo na Amazônia. Localizada na maior floresta tropical do mundo, a capital do estado guarda grande riqueza histórica, cultural e, claro, uma biodiversidade impressionante. Descubra onde você tem que ir em Rio Branco.

Onde fica o Acre? Saiba como chegar a Rio Branco

Localizado no extremo Norte do Brasil, na ponta esquerda do território, Rio Branco fica na tríplice fronteira entre Brasil, Peru e Bolívia. A capital acreana recebe voos diários no Aeroporto Internacional de Rio Branco – Plácido de Castro, vindos de Brasília e São Paulo.

Se você não mora nesses centros, basta fazer uma escala por lá. É possível montar um itinerário eficiente com as principais companhias aéreas, aproveitando os preços promocionais da 123milhas.

No extremo Noroeste do Brasil, o Acre faz fronteira com o Peru e a Bolívia e está ao lado dos Estados do Amazonas e de Rondônia

O aeroporto fica a cerca de 20 km do centro. Com trânsito normal, o trajeto dura pouco menos de meia hora de carro. O aluguel de carro é uma boa alternativa, principalmente para quem deseja fazer rotas de ecoturismo até aldeias e povoados indígenas, próximos ao centro urbano. Táxis e motoristas de aplicativo também são encontrados no local para ajudar a cumprir o percurso.

Quando visitar Rio Branco

O clima na capital acreana é equatorial. Em resumo, isso significa que a cidade é bastante úmida, com chuvas e calor intenso o ano todo.

O período com mais chuvas ocorre de outubro a abril. Os meses de junho, julho e agosto apresentam os menores índices de precipitação. Por isso, essa é a melhor época para aproveitar os rios.

Agora, vamos falar sobre o calor: se você optar por viajar nos meses mais secos, lembre-se de que eles são também os mais quentes. No meio do ano, a temperatura varia de 30°C a 40°C. Uma noite fresca nessa época registra por volta de 20°C nos termômetros.

Ah, e quando chegar, fique atento a um detalhe importante: o fuso horário no Acre é diferente do restante do Brasil. São 2h a menos quando comparamos com o horário de Brasília. Também é 1h a menos do que o horário local no Estado do Amazonas. Então, se viajar para o Acre, ajuste os relógios.

Calor e umidade são duas características do clima amazônico que predominam em Rio Branco

História

A Revolução Acreana

A região foi um palco de importantes acontecimentos do nosso passado, sendo o último território a ser anexado pelo país, em 1903. Mas isso não foi fácil: os acreanos precisaram lutar pelo direito de ser brasileiro.

O estado era habitado, principalmente, por cidadãos de origem nordestina, que se dedicavam à extração do látex nas seringueiras – o chamado “ouro branco”. Mas a área pertencia à Bolívia, que decidiu ocupar as terras após a Revolução Industrial e a valorização da borracha.

Os moradores se revoltaram com o que consideravam uma “invasão estrangeira”, dando início à luta que resultou na incorporação do território ao Brasil. Os dois países entraram em acordo: o Brasil ficaria com o território e oferecia, em troca, uma série de compensações aos bolivianos, entre elas o pagamento de 2 milhões de libras esterlinas.

Hoje, a Praça da Revolução, localizada no centro de Rio Branco, lembra essa história e carrega um monumento que homenageia os heróis anônimos que lutaram na insurreição acreana. Além disso, ela leva o nome de um importante personagem desse episódio, o coronel Plácido de Castro. No local há uma estátua em sua memória.

No centro da praça, a escultura que rememora a Revolução tem cerca de 12 metros de altura

Essa é a principal praça do município. Conta com um pouco mais de 11 mil m² de área, bastante arborizada, com diferentes espécies nativas. O cenário é usado como palco para apresentações musicais, espetáculos teatrais, feiras de animais e de artesanato. Em seu entorno, ficam o prédio da Polícia Militar, a Biblioteca Pública e a sede da Prefeitura de Rio Branco.

A história do confronto no Acre já foi contada na minissérie “Amazônia de Galvez a Chico Mendes”, escrita pela novelista Glória Perez e exibida pela TV Globo em 2007. A renomada escritora nasceu na cidade. Outros nomes importantes de lá são os políticos Enéas Carneiro e Marina Silva, além do músico João Donato. E não para por aí.

Chico Mendes

Você sabe quem foi Chico Mendes? Um importante personagem da história do Acre, Chico Mendes foi um ambientalista e sindicalista nascido em Xapuri, a 187 km da capital. O ativista passou a vida lutando a favor dos seringueiros da Bacia Amazônica, que dependiam da preservação da floresta para exercer suas atividades. Chico Mendes foi assassinado por um grileiro de terras da região.

Muitos dos pontos turísticos em Rio Branco levam o nome do seringueiro e contam um pouco de sua trajetória. Conheça alguns deles, indispensáveis para qualquer turista interessado na história da região. Um dos pontos turísticos mais importantes é a casa dele, na cidade de Xapuri, a menos de 180 km da capital.

Parque Ambiental Chico Mendes

Uma das principais áreas verdes de Rio Branco, o Parque Ambiental Chico Mendes tem cerca de 50 hectares de mata preservada, com centenas de espécies de plantas e animais nativos. Há até mesmo um zoológico no espaço, o único do Acre. A área já foi um seringal. Por isso há a possibilidade de encontrar vestígios da atividade no local.

E não é só no nome que a história de Chico Mendes está preservada. Lá você também vai se deparar com um memorial dedicado ao ambientalista. Ao longo das trilhas, há réplicas de casas dos seringueiros, em que é possível conhecer de perto a forma como viviam.

Apesar de ficar dentro do perímetro urbano, na zona sul da cidade, o espaço é um verdadeiro pedacinho da Floresta Amazônica. A aproximadamente 20 km do centro, o ideal é alugar um carro para visitar o parque, que funciona de terça a domingo, das 7h às 17h, com entrada gratuita.

Com diversas espécies de animais, o Parque Ambiental Chico Mendes abriga o único zoológico do Acre

Áreas preservadas e a relação com os povos indígenas

Em Rio Branco, você vai se lembrar, a todo momento, de que está bem no meio da maior floresta tropical do mundo, a Amazônia. Existem diversas atrações e pontos turísticos que se relacionam com a biodiversidade local e os povos tradicionais, mesmo dentro do centro urbano.

Horto Florestal

Primeiro parque da cidade, o Horto Florestal de Rio Branco tem uma área de mais de 17 hectares. Por lá, há algumas espécies da flora amazônica, lago com 50 m de extensão e estrutura completa com quadras esportivas, que inclui campo de futebol society, pista de cooper, playground e chuveiros coletivos.

Na hora de se alimentar, pode optar por um dos restaurantes do local. Dá para aproveitar a atmosfera bucólica do espaço para realizar um piquenique, já que o parque conta com instalações dedicadas a quem quer realizar um lanche em contato com a natureza.

Na zona norte da capital acreana, o Horto Florestal fica a pouco mais de 4 km da Praça da Revolução, na área central da cidade. O parque fica aberto de terça a sábado, das 7h às 21h. Ele fecha um pouco mais cedo, às 19h, aos domingos e às segundas-feiras.

O Horto Florestal é o mais antigo parque de Rio Branco

Parque da Maternidade

Acompanhando as margens de um pequeno riacho que atravessa o município, você vai encontrar o Parque da Maternidade. O espaço tem a entrada sempre aberta, cerca de 6 km de extensão e é uma das áreas verdes mais frequentadas da cidade, já que se localiza bem na região central.

É muito arborizado e tem estrutura para a prática de esportes e lazer, com pistas de caminhada, bancos e academia ao ar livre. Os visitantes ainda vão ter à disposição algumas lanchonetes para matar a fome.

Na região, os visitantes também podem conhecer um ponto turístico importante para aprender mais da cultura dos moradores locais: a Casa dos Povos da Floresta.

O Parque da Maternidade foi inaugurado em setembro de 2002 e cruza boa parte de Rio Branco

Casa dos Povos da Floresta

Vista de fora, essa casa parece uma grande maloca. Em seu interior, a Casa dos Povos da Floresta exibe uma exposição permanente do imaginário amazônico, com mitos e lendas transmitidas oralmente por seringueiros, ribeirinhos e indígenas.

O museu reúne também um acervo em vídeo e uma biblioteca sobre a história do Acre, com o foco nos povos tradicionais. O artesanato regional também é uma das estrelas do espaço e tem uma sala dedicada somente a ele.

Dentro do Parque da Maternidade, a casa pode ser visitada de terça a domingo. Nos dias úteis, o horário de funcionamento é das 8h às 18h; nos sábados e domingos, o espaço fica aberto das 16h às 20h. Os horários podem variar em função de férias e feriados; por isso, a recomendação é ligar antes e confirmar: (68) 3224-5668.

A arquitetura da Casa dos Povos da Floresta foi inspirada nas moradas indígenas, chamadas de Kupixáuas

O que fazer em Rio Branco à noite

Ao entardecer, que tal realizar uma caminhada às margens do Rio Acre? Mais especificamente em um point badalado da cidade: o Mercado Velho, ou, como foi apelidado depois de passar por um processo de revitalização, o Novo Mercado Velho.

Na parte central da cidade, o mercado é um reduto cultural muito tradicional de Rio Branco, que existe desde 1929. É possível conhecer grande parte dos costumes regionais pelos seus produtos, que se encontram distribuídos principalmente em duas áreas: artesanato e alimentação. Durante o passeio, aproveite para tomar sorvete e açaí, duas boas opções para se refrescar do calorão que costuma fazer na região.

O Mercado Velho fica à margem esquerda do Rio Acre e foi revitalizado em 2002

A visita ao estabelecimento também é um ótimo passeio para fazer de dia. O espaço reúne lojas de ervas medicinais, produtos religiosos e artesanato. Rende boas comprinhas.

Mas, se escolher chegar lá no fim de tarde, você poderá observar a vista da Passarela Joaquim Macedo em seus dois momentos: antes e depois de se iluminar. A passarela é uma ponte estaiada, sustentada por cabos, com 200 m de comprimento. Mais de 20 mil pessoas passam por lá a cada dia. Ela liga o centro da cidade à região conhecida como Segundo Distrito, na margem sul do Rio Acre.

Além de ser linda, a passarela oferece paisagens muito bonitas do rio e da orla da cidade. E você pode passear e tirar fotos sem risco, uma vez que essa é exclusiva para pedestres e bicicletas. De noite, a passarela ganha uma iluminação especial, ficando ainda mais bonita.

Cruzar a Passarela Joaquim Macedo é uma das formas de atravessar o Rio Acre, que corta o centro da capital

Depois de atravessar a passarela, você vai chegar ao Calçadão da Gameleira, a rua mais antiga da cidade. A história de Rio Branco começou a partir de uma árvore centenária que fica ali, de 20 m de altura por 2,5 m de diâmetro.

Reza a lenda que, em 1882, Neutel Maia se encantou com a gameleira e lá resolveu fundar o seringal Volta da Empreza, que viraria a capital acreana.

Atualmente, além de preservar a história do município, o calçadão é uma das principais áreas de lazer da cidade. Os antigos casarões da região viraram bares, restaurantes e centros culturais, que atraem turistas e moradores. É um lugar excelente para aproveitar a vida noturna em Rio Branco.

O Calçadão da Gameleira foi a primeira rua erguida no município

Quer explorar ainda mais a capital do Acre e conhecer passeios culturais e a Floresta Amazônica? Veja algumas dicas de o que fazer em Rio Branco. Tem até viagem de balão!

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